Bilionário sul-coreano é preso por manipulação de ações envolvendo agência de k-pop; entenda
Kim Beom-su foi preso nesta terça-feira (23) sob acusações de manipulação de ações durante a aquisição de uma agência de K-Pop no ano passado
O bilionário fundador da gigante de tecnologia sul-coreana Kakao Corp, Kim Beom-su, foi preso nesta terça-feira (23) sob acusações de manipulação de ações durante a aquisição de uma agência de k-pop no ano passado.
O caso é a mais recente reviravolta jurídica para a Kakao, que administra o maior aplicativo de bate-papo da Coreia do Sul, depois que a empresa e outro executivo foram a julgamento no ano passado por supostas irregularidades durante a mesma aquisição.
Kim, também conhecido como Brian Kim, é visto como um visionário na indústria digital da Coreia do Sul por construir o grupo de afiliados do Kakao – avaliado em 86 trilhões de wons (US$ 62 bilhões) em ativos – do zero desde o lançamento do aplicativo de bate-papo em 2010.
Qualquer processo contra ele poderia comprometer os investimentos da Kakao em inteligência artificial, bem como seus planos de expansão no exterior, disseram especialistas do setor.
Os promotores dizem que Kim estava envolvido na manipulação do preço das ações da SM Entertainment em fevereiro do ano passado para impedir que um concorrente, a Hybe, a adquirisse.
Kim negou as acusações, dizendo que nunca ordenou ou tolerou nenhuma atividade ilegal, disse a empresa em um comunicado. Ele não foi formalmente acusado até agora.
O advogado da Kakao e de Kim não forneceu imediatamente mais comentários na terça-feira.
O renomado empreendedor de tecnologia é o maior acionista da Kakao Corp, com uma participação de 24% controlada por ele e entidades afiliadas.
O Tribunal Distrital Sul de Seul aprovou o mandado de prisão para evitar a possível destruição de provas e porque Kim apresentava risco de fuga, disse um funcionário do tribunal na terça-feira.
Kim está detido no Centro de Detenção de Seul Nambu, disse um porta-voz da promotoria. Sua prisão durará até 20 dias, durante os quais os promotores investigarão mais profundamente antes de decidir se o indiciarão, de acordo com o procedimento criminal sul-coreano.
O resultado de qualquer caso contra Kim pode colocar em risco o controle do grupo Kakao sobre o braço bancário on-line KakaoBank Corp, já que as regras financeiras do país restringem aqueles condenados por crimes financeiros de possuir mais de 10% das ações de um banco.
A Kakao também provavelmente estará sujeita ao escrutínio regulatório, tornando mais difícil para a empresa tomar decisões importantes sobre investimentos em inteligência artificial (IA) e expansão de negócios no exterior, disseram especialistas do setor.
A empresa planeja introduzir novos serviços de IA este ano. As ações da Kakao Corp caíram 3,4% durante o pregão matutino para o menor nível desde novembro, após cair 24% no acumulado do ano.