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    Qual é a diferença entre asteroide, meteoro e cometa?

    Embora se originem no Sistema Solar e interajam periodicamente com a Terra, asteroides, meteoros e cometas apresentam diferenças profundas em suas órbitas e trajetórias

    Jorge Marincolaboração para a CNN

    Em uma noite sem Lua aparente no céu, você olha para cima em um lugar afastado da agitação urbana e, de repente, uma luz risca o teto estrelado e some. Você pode até pensar: “que bela estrela cadente!”, mas, astronomicamente falando, o que foi que você realmente viu? Um meteoro, um meteorito… ou um meteoroide? Mas, e se tiver sido um asteroide ou mesmo um cometa?

    Todas essas respostas são possíveis, uma vez que o nosso Sistema Solar é repleto de inúmeros asteroides, cometas e pequenos objetos que sobraram do disco de poeira e gás original que formou os planetas há 4,5 bilhões de anos.

    A maioria desses corpos celestes está bem longe da Terra, nos confins distantes do Sistema Solar, mas alguns deles se aproximam do nosso planeta, penetram em nossa atmosfera e, quando não incinerados pelo atrito e compressão do ar, caem na superfície.

    Dessa forma, é possível que aquela estrela cadente seja uma rocha meteoroide, resultante da fragmentação de um asteroide ou desprendimento da cauda de um cometa. Ao entrar na atmosfera, ela pode produzir o fenômeno luminoso e se tornar um meteoro, ou cair no solo, e virar meteorito.

    Veja abaixo as principais caracteristicas de cada um desses objetos astronômicos.

    Asteroides

    Asteroides são objetos majoritariamente pequenos, rochosos ou metálicos, localizados no chamada cinturão de asteroides, entre as órbitas de Marte e Júpiter, embora alguns se aproximem e até atravessem a órbita da Terra. Por definição, eles são maiores do que um metro de diâmetro.

    As rochas flutuantes menores do que asteroides são chamadas de meteoroides, e se transformam em meteoros ao entrar na nossa atmosfera. Já os asteroides massivos o bastante para se tornarem esféricos pela força de sua própria gravidade são chamados de planetas-anões, como é o caso de Plutão.

    Os asteroides são rochas que contêm os materiais primitivos do qual foram construídos os planetas do nosso Sistema Solar. Porém, ao contrário das rochas terrestres, moldadas por eras de erosão e processos geológicos, os asteroides permaneceram intocados.

    Consideradas cápsulas do tempo orbitais, essas rochas têm sido visitadas ultimamente por sondas terrestres, como a OSIRIS-REx e a Hayabusa2, para coletas de amostras que deem pistas sobre a origem e a evolução do nosso sistema planetário.

    Asteroides potencialmente perigosos

    Mas há outro motivo para conhecer bem os asteroides (e também os cometas): a sua proximidade com a Terra. Os chamados objetos próximos à Terra (NEOs na sigla em inglês) são asteroides entre 3 metros e 40 quilômetros de diâmetro acompanhados constantemente pelo Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra, da Nasa (agência espacial dos Estados Unidos).

    Como as órbitas desses objetos são alongadas ou elípticas, eles chegam a se afastar até 195 milhões de quilômetros do Sol, aproximando-se perigosamente de nós. Embora a probabilidade de uma grande colisão com o nosso planeta seja considerada relativamente baixa, o potencial devastador desses objetos impõe um monitoramento contínuo.

    Meteoros

    Uma forma fácil de fixar o que é um meteoro é lembrar que se trata de um fenômeno luminoso que ocorre quando um meteoroide (que pode ser um pequeno fragmento de cometa ou asteroide) entra na atmosfera terrestre e se queima devido ao atrito com o ar. É a “estrela cadente”.

    Ou seja, quando a pequena rocha se aproxima da Terra, ela é chamada de meteoroide; quando entra na atmosfera, é meteoro; e, se sobrevive à veloz entrada na atmosfera e cai no solo, é meteorito.

    Quando a Terra passa através de uma nuvem de detritos deixados por um cometa, ou um asteroide em certos casos, dizemos que está ocorrendo uma “chuva de meteoros”. Esse fenômeno astronômico ocorre em intervalos regulares durante o ano. São as Quadrântidas (janeiro), Perseidas (agosto), Leônidas (novembro), e as Geminídeas (dezembro).

    Cometas

    Composição com imagens de Júpiter e do cometa Shoemaker-Levy 9, / NASA/ESA/Hubble

    As aparições dramáticas de cometas fizeram desses objetos celestes os mais míticos e fascinantes ao longo da história. Hoje sabemos que a impressionante cabeça brilhante e a longa cauda (ou caudas), que tanto impressionaram nossos antepassados, não passam de um pequeno objeto gelado e empoeirado que orbita o Sol.

    Feitos de uma mistura de gelo, rocha e gás, esses objetos são na verdade “sobras” da formação do Sistema Solar. No entanto, como se formam nas suas regiões mais externas, muito além da órbita de Netuno, o seu gelo permanece estável por muito tempo.

    Embora a maioria deles (segundo a Nasa, há 3.956 cometas conhecidos) habite uma região distante do espaço chamada cinturão de Kuiper, alguns possuem órbitas que passam pelo Sistema Solar interno. É quando, mais perto do Sol, o seu gelo se sublima (vai direto do gelo ao gás), lançando poeira e configurando a coma (nuvem nebulosa de gás) e a cauda, que são seus elementos característicos.

    Um dos cometas mais famosos da história, o Shoemaker-Levy 9 (SL9) colidiu, há exatos 30 anos, com o planeta Júpiter. O evento astronômico explosivo, observado por astrônomos do mundo inteiro, mostrou como o SL9 foi capturado pelas forças de maré gravitacionais do gigante gasoso, e destruído em fragmentos que caíram na atmosfera do planeta.

    Asteroide “assassino de planetas” é visto escondido no brilho do sol

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