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    Ibovespa recua 1% com pressão de commodities; dólar avança a R$ 5,58

    Mercados também esperam por resultados corporativos e indicador de inflação favorito do Fed

    Reuters

    O Ibovespa fechou em queda e o dólar voltou a se aproximar de R$ 5,60 nesta terça-feira (23), em sessão marcada pelo recuo de commodities e com investidores à espera de balanços de gigantes da tecnologia que serão publicados após fim do pregão em Wall Street.

    Na agenda de indicadores, o destaque está na inflação medida pelo PCE, o indicador favorito do Federal Reserve (Fed) para balizar os juros, em meio ao fortalecimento das apostas de início de queda das taxas a partir de setembro.

    Na cena doméstica, investidores seguiram digerindo o bloqueio de R$ 15 bilhões oficializado pelo governo federal na véspera para cumprir a meta de gastos. Apesar do movimento, o déficit esperado pela equipe econômica se encontra bastante próximo da margem mínima, mantendo pressão sobre o risco fiscal.

    O principal índice do mercado doméstico encerrou o dia com perda de 0,99%, aos 126.589 pontos, em linha com quedas em Wall Street, apesar de em menor intensidade.

    O pregão foi pressionado pela queda das commodities, impactando na perda de 1,34% da Vale (VALE3) e 1,29% da Petrobras (PETR4).

    Na ponta oposta, Embraer (EMBR3) subiu 8,47% com expectativa de novos pedidos.

    O dólar mostrou recuperação ante moedas emergentes e encerrou a sessão com alta de 0,34% contra o real, negociado a R$ 5,587 na venda.

    Risco fiscal

    O mercado seguiu analisando o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Públicas (RARDP) referente ao terceiro bimestre, divulgado nesta segunda-feira (22), mostrando que o rombo nas contas públicas chegou a R$ 32,6 bilhões (0,3% do PIB), confirmando a necessidade de bloquear recursos de ministérios.

    Cerca de R$ 11,2 bilhões foram bloqueados para atender o aumento de gastos com a Previdência Social. Outros R$ 3,8 bilhões foram contingenciados, devido a baixa arrecadação federal.

    Assim, o governo conseguiu reduzir o rombo das contas para o limite da banda inferior, de R$ 28,8 bilhões (0,25% do PIB) — lembrando que o alvo da gestão federal é zerar esse valor em 2024. No último relatório bimestral, divulgado em maio, a gestão apontava déficit de R$ 14,5 bilhões em 2024.

    “Apesar do déficit projetado se encontrar na banda inferior da meta de déficit zero para 2024, o mercado coloca no preço que o governo está subestimando o aumento das despesas obrigatórias e mesmo um déficit de -0,25% do PIB em 2024 pode correr perigo de não ser atingido”, explica Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.

    “E o número pode ser pior caso o governo não apresente cortes de gastos efetivos para bater a meta”.

    Cenário global

    Atenções do mercado estão voltadas à temporada de balanços nos Estados Unidos, com destaque para resultados das chamadas “Sete Magníficas”, começando por Alphabet e Tesla após o fechamento do mercado.

    No Brasil, o Carrefour Brasil (CRFB3) abriu a fila divulgando seus números na noite da véspera, mas a semana ainda reserva outros balanços relevantes, incluindo o da Vale.

    Também estará no radar nos próximos dias a divulgação de dados dos Estados Unidos, incluindo o PIB para o segundo trimestre, na quinta-feira (25), e o índice PCE — indicador preferido de inflação do Federal Reserve —, na sexta-feira (26).

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