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    Randolfe, Marta, Freixo: relembre políticos que decidiram voltar ao PT

    Quadros históricos retornaram ao partido com discurso de luta pela democracia e em defesa do país

    Douglas Portoda CNN , São Paulo

    Líder do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues anunciou seu retorno ao partido na última semana, após quase 20 anos de ausência.

    “Voltei porque entendi que não posso esquecer de onde vim. Que aqui sou instrumento da mudança que quero para o Brasil e para o Amapá”, disse Randolfe em publicação nas redes sociais sobre o seu retorno ao PT.

    Entretanto, o movimento não é um fato isolado.

    A CNN relembra, as seguir, alguns políticos que decidiram retornar ao PT após anos fora do partido.

    Randolfe Rodrigues

    O senador assinou sua filiação na quinta-feira (18) ao lado do presidente Lula, em um encontro no Palácio da Alvorada.

    Sua história nas fileiras petistas vem de quase 30 anos atrás, com sua primeira vitória eleitoral na disputa pelo cargo de deputado estadual pelo Amapá, em 1998. Em 2002, foi reeleito.

    Em 2005, com a criação do PSOL, Randolfe foi um dos políticos que deixaram o PT e migraram para a nova legenda. Cinco anos depois, com 37 anos, foi o senador mais jovem a ser eleito no pleito de 2010, ao receber 200 mil votos.

    Após 10 anos no PSOL, anunciou sua desfiliação em setembro de 2015.

    Na ocasião, o senador afirmou que tinha orgulho de ter feito parte do partido, mas que desde sua desistência de disputar a candidatura à Presidência da República em 2014, as relações internas “estavam muito deterioradas”. No mesmo dia aconteceu sua filiação à Rede.

    Sua saída do partido aconteceu em maio de 2023, após atritos com a fundadora do partido, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pelo licenciamento ambiental para a exploração de petróleo na margem equatorial do país.

    As negociações começaram para o retorno ao PT começaram em dezembro, quando, em um evento no Amapá, disse que o seu partido “é o partido de Lula”. “Eu estarei no partido de Lula, aonde o partido de Lula estiver”, prosseguiu.

    Em 28 de fevereiro deste ano, o partido postou nas redes sociais uma foto do encontro de Randolfe com lideranças do partido, incluindo a presidente, Gleisi Hoffmann. Na legenda, escreveram: “Tu vens, tu vens, eu já escuto os teus sinais”, em referência à música “Anunciação”, de Alceu Valença.

    Marta Suplicy

    Lula e Marta durante o ato de filiação da ex-prefeita ao PT / ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

    A ex-prefeita Marta Suplicy retornou ao PT em fevereiro deste ano após um convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ser vice na chapa de Guilherme Boulos (PSOL) à Prefeitura de São Paulo.

    “Estou de volta para caminharmos juntos e mantermos nosso espírito de luta na defesa da democracia como instrumento de composição das diferenças, da pluralidade e respeito às liberdades democráticas, hoje ameaçadas pelo crescimento da direita autoritária em nosso país”, disse Marta em sua cerimônia de filiação.

    Pelo partido, Marta foi deputada federal (1995-1999), prefeita da capital paulista (2001-2004) e senadora (2011-2019). Além disso, foi ministra do Turismo no segundo mandato de Lula e ministra da Cultura no primeiro mandato de Dilma Rousseff (PT).

    Sua desfiliação aconteceu em 2015, quando disse ter sido “isolada e estigmatizada” pela direção e se sentia “constrangida” com a investigação de crimes de corrupção.

    O período era marcado pelas investigações da Operação Lava Jato, que incriminou políticos de diversos partidos, incluindo o PT, por crimes de corrupção na Petrobras.

    “É de conhecimento público que o Partido dos Trabalhadores tem sido o protagonista de um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou”, disse Marta à época.

    Marta ficou cerca de nove anos fora do partido, após 33 anos de militância.

    No período, ela foi filiada ao então PMDB, hoje MDB, apoiou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e o governo de Michel Temer (MDB), o que gerou controvérsias para uma ala do partido em sua volta.

    Além disso, em 2020 apoiou o então prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), que era candidato à reeleição, rivalizando tanto com o PT, quanto com Boulos.

    A reaproximação com o PT começou em 2022, quando apoiou Lula na eleição contra Jair Bolsonaro (PL), levantando a bandeira da “frente ampla”.

    Marcelo Freixo

    Cerimônia de filiação de Marcelo Freixo ao PT em 2023 / Reprodução/Instagram

    Em maio de 2023, Marcelo Freixo, presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), oficializou seu retorno no PT após 20 anos.

    “Volto feliz para o Partido dos Trabalhadores e daqui não sairei nunca mais. Eu não estou entrando pra ser candidato, estou entrando depois das eleições, para construir um partido, construir um país. E para nunca deixar de lutar pelo Rio de Janeiro”, disse à época.

    Filiado ao PT em 1986, Freixo disputou sua primeira eleição 10 anos depois, para a Câmara Municipal de Niterói (RJ), mas não conseguiu se eleger. Em 2003, ele decide deixar o partido.

    Dois anos depois, se filiou ao PSOL, permanecendo até 2021. Pela sigla, foi deputado estadual por três mandatos e deputado federal. Também disputou a prefeitura do Rio por duas vezes, em 2012 e 2016, não vencendo em ambas as oportunidades.

    Posteriormente, ingressa no PSB, onde concorreu para o governo fluminense em 2022. Na ocasião, ficou em segundo lugar, com 27,38% dos votos. O atual governador Cláudio Castro (PL) se elegeu no primeiro turno, com 58,67%.

    Ricardo Coutinho

    Ricardo Coutinho e Lula / Divulgação/Ricardo Stuckert

    Outro quadro histórico que retornou ao PT foi o ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho, após um período de 17 anos de distância.

    A história de Coutinho no PT começou em 1990, quando disputou sua primeira eleição para deputado estadual, em que não conseguiu se eleger.

    Dois anos depois, é eleito vereador em João Pessoa. Em 1996, foi reeleito. Já em 1998, consegue se eleger deputado estadual.

    Sua cisão com o PT acontece em 2004, quando vai para o PSB e vence a disputa para a Prefeitura de João Pessoa. Quatro anos mais tarde, é reeleito.

    Já em 2010, deixa o Executivo municipal para concorrer ao governo estadual. Com sucesso, consegue se manter à frente da Paraíba por dois mandatos, até 2018.

    O retorno para os quadros petistas aconteceu em 2021.

    No ano seguinte, foi escolhido pelo presidente Lula para concorrer ao Senado. Na eleição, ficou na terceira colocação, com 21,55% dos votos válidos.

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