Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Dólar e Ibovespa fecham em alta com eleição dos EUA e risco fiscal no radar

    Expectativa por uma política comercial mais restritiva nos EUA tem crescido, conforme aumentaram as apostas na vitória de Donald Trump na eleição presidencial

    Da CNN*

    Ibovespa e dólar fecharam no campo positivo nesta quarta-feira (17), com investidores de olho na política econômica dos EUA mais restritiva em uma eventual vitória de Donald Trump na eleição presidencial de outubro.

    No cenário doméstico, as atenções estiveram no temor com o futuro das contas públicas após falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre não cumprir a meta fiscal “se você tiver coisas mais importantes para fazer”.

    O principal índice do mercado brasileiro encerrou a sessão com avanço de 0,26%, aos 129.450 pontos, com alta de 0,52% dos papéis da Petrobras (PETR4) em dia de alta do petróleo no mercado global.

    Na outra ponta, Vale (VALE3) perdeu 0,93% com recuo dos contratos de minério de ferro em Dalian, na China.

    O dólar também fechou o dia em alta, com avanço de 1,03%, negociado a R$ 5,485 na venda.

    O desempenho vai na contramão do desempenho negativo da divisa ante a cesta de moedas globais com preocupações fiscais, mesma razão que levaram juros futuros para cima.

    Política econômica dos EUA

    Nos mercados globais, a expectativa por uma política comercial mais restritiva nos EUA tem crescido, conforme aumentaram as apostas na vitória de Trump na eleição presidencial de novembro, o que afeta o apetite por risco.

    Na segunda-feira (15), o candidato republicano confirmou o senador J.D. Vance como companheiro de chapa, reforçando expectativas de que a política comercial e externa dos EUA em um novo mandato de Trump será marcada por forte protecionismo.

    Reiterando declarações anteriores, Vance disse em entrevista no dia de sua nomeação que vê a China como a “maior ameaça” aos EUA no momento. O país asiático sempre foi alvo de Trump em seus discursos, com ameaças frequentes de imposição de tarifas sobre a segunda maior economia do mundo.

    Ainda na cena internacional,S&P 500 e Nasdaq encerraram em queda acentuada após recordes da véspera, em sessão de forte perda para ações de big techs em meio a uma série de resultados corporativos e à perspectiva de novas restrições comerciais dos Estados Unidos aos chips chineses.

    Risco fiscal doméstico

    No cenário nacional, a retomada das preocupações com o ajuste fiscal no Brasil também pressionava o real, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmar na véspera que o governo não é obrigado a cumprir a meta fiscal “se você tiver coisas mais importantes para fazer”.

    Em entrevista à TV Record na terça-feira (16), Lula ainda acrescentou que precisa ser convencido sobre eventual necessidade de cortar despesas para respeitar o arcabouço, dizendo que não haveria problema se o déficit fiscal ficasse em 0,1% ou 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

    “Com isso, não só a moeda americana sobe mas também os juros futuros, com abertura da curva conforme o mercado acredita que será necessário um prêmio maior para investir no país no futuro com a atual trajetória de gastos do governo”, explica Felipe Castro, planejador financeiro e sócio da Matriz Capital.

    Durante a tarde, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que Lula tem um compromisso fiscal inegociável, lembrando que o presidente já orientou a Junta de Execução Orçamentária a fazer o que for necessário para cumprir o arcabouço fiscal.

    No mercado, as expectativas estão voltadas para o dia 22 de julho, na próxima segunda-feira, quando o governo apresentará o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas com a definição sobre quanto será preciso contingenciar no Orçamento para cumprir a meta de resultado primário zero deste ano.

    *Com Reuters e Estadão Conteúdo

    Tópicos