Defesa pede que desembargador suspeito de vender sentenças seja ouvido pela PF
Advogados também solicitaram acesso aos documentos da investigação
A defesa de Ivo de Almeida, desembargador afastado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) sob suspeita de vender sentenças, solicitou ao delegado responsável pelo caso a definição da data para as oitivas do magistrado, nesta última quinta-feira (11).
De acordo com o documento assinado pelos advogados de Ivo, o objetivo da solicitação é esclarecer os fatos da investigação.
Além do pedido do depoimento do desembargador, a defesa de Almeida esclareceu que também solicitou o acesso aos documentos da investigação, principalmente à decisão que determinou o afastamento do magistrado. “Até hoje não tivemos acesso”, afirmou o advogado de Ivo.
Relembre o caso
Ivo de Almeida foi afastado do cargo de desembargador pelo prazo de um ano do TJ-SP, após ser alvo da Operação Churrascada, no mês passado. A informação foi confirmada pela assessoria de comunicação do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A ação da PF teve início no dia 20 de junho deste ano e tinha o objetivo de combater a corrupção no sistema judicial paulista.
Segundo apurado pela CNN, o desembargador, que atua na 1ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/-SP), é alvo das investigações por venda de sentenças.
A operação foi determinada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que ordenou o cumprimento de 17 mandados de busca e apreensão em endereços da capital paulista e no interior do estado. Mais de 80 policiais federais participaram das ações.
Operação Churrascada
Iniciada em decorrência da Operação Contágio, que desarticulou uma organização criminosa que desviava verba pública da área de saúde do estado de São Paulo, em 2021. A operação ganhou esse nome em virtude do termo “churrasco”, que era utilizado pelos investigados para indicar o dia do plantão judiciário do desembargador.
Em nota, o Tribunal de Justiça de São Paulo informa que não houve comunicação prévia sobre a operação desencadeada pela Polícia Federal, por ordem do STJ. Contudo, no comunicado o presidente do TJ-SP afirma que cumprirá todas as determinações emanadas pela corte, e assim que tiver acesso ao conteúdo da investigação, adotará as medidas administrativas cabíveis.
*Sob supervisão de Bruno Laforé