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    Nova carga horária e espanhol optativo; veja o que muda no ensino médio a partir de 2025

    Texto aprovado pela Câmara ainda aguarda sanção do presidente Lula

    Rebeca BorgesEmilly Behnkeda CNN , Brasília

    A Câmara dos Deputados aprovou, na terça-feira (9), o projeto que reestrutura o Novo Ensino Médio. Agora, o Ministério da Educação (MEC) aguarda a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para implementar as mudanças de forma prática.

    De acordo com o parecer do relator Mendonça Filho (União-PE), a aplicação de todas as regras deve ocorrer a partir de 2025 – com um período de transição para os alunos que estiverem cursando o ensino médio no período.

    A principal mudança prática na vida dos estudantes será a nova carga horária total para os três anos de ensino médio. Atualmente, a lei divide a jornada total de estudo da seguinte forma: 1.800 para formação geral básica e 1.200 para itinerários formativos escolhidos pelos alunos – como linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas.

    A carga total soma 3 mil horas, que devem ser cumpridas nos três anos de ensino médio – 5 horas diárias em cada um dos 200 dias letivos do ano.

    A nova lei aprovada pelo Congresso mantém as 3.000 horas, mas determina uma nova divisão, com aumento do período destinado à formação geral básica.

    Caso Lula sancione o texto da forma que foi aprovado pelo Congresso, a divisão ficará da seguinte forma:

    • 2.400 horas para formação geral básica;
    • 600 horas para itinerários formativos (linguagens e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; ciências humanas e sociais aplicadas).

    Essas alterações valem para os estudantes que não optarem pelo ensino técnico.

    Atualmente, a elaboração dos itinerários formativos é de responsabilidade do Ministério da Educação. Com a aprovação do texto, os itinerários passarão a ser elaborados pelo Conselho Nacional de Educação, formado por membros da sociedade civil indicados pelo MEC.

    Ensino técnico

    Para os alunos que escolherem a formação técnica, a carga horária será dividida da seguinte forma:

    • 1.800 horas para formação geral básica;
    • 300 horas para aprofundamento de estudos em disciplinas da Base Nacional Comum Curricular relacionadas à formação técnica profissional;
    • 900 horas para disciplinas do curso técnico escolhido pelo estudante.

    A oferta do ensino técnico poderá ser feita em cooperação entre as secretarias de Educação dos estados e instituições credenciadas de educação profissional.

    Espanhol não obrigatório

    Apesar de tentativas de alteração no texto, o espanhol segue como disciplina não obrigatória.

    Para o relator Mendonça Filho, o espanhol deve ser ofertado de “forma adicional, como opção preferencial, na medida das possibilidades das redes de ensino”. Ele mencionou em seu parecer que a obrigatoriedade cria despesa pública de caráter continuado.

    Além disso, para comunidades indígenas, o ensino médio poderá ser ofertado em línguas maternas.

    Ensino noturno

    Ainda de acordo com o texto aprovado, cada município deverá ter ao menos uma escola pública com oferta de ensino médio no turno noturno. A medida deverá ser adotada caso haja demanda manifestada e comprovada pela matrícula no período noturno.

    Enem

    Com o texto aprovado, a partir de 2027, serão cobrados conteúdo dos itinerários formativos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), além das disciplinas da formação geral básica cobradas atualmente.

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