Análise de missão da ONU sugere que hospital de Kiev foi atingido por míssil russo
Rússia nega que tenha atacado unidade médica; Ucrânia diz ter "provas inequívocas"
Uma missão de direitos humanos da ONU disse nesta terça-feira (9) que há “alta probabilidade” de que o principal hospital infantil de Kiev tenha sido atingido diretamente por um míssil russo durante uma série de ataques aéreos contra cidades ucranianas. A Rússia nega envolvimento.
A Ucrânia hasteou suas bandeiras a meio mastro em um dia nacional de luto para marcar as mortes de ao menos 43 pessoas em todo o país após ataques aéreos na segunda-feira (8).
“A análise das imagens de vídeo e uma avaliação feita no local do incidente indicam uma alta probabilidade de que o hospital infantil tenha sofrido um impacto direto em vez de receber danos devido a armamento interceptado”, disse Danielle Bell, chefe da Missão de Monitoramento de Direitos Humanos da ONU na Ucrânia.
Ucrânia afirma ter “evidências inequívocas”
O serviço de segurança da Ucrânia afirmou ter evidências inequívocas de que a unidade médica foi atingida por um míssil de cruzeiro russo Kh-101 durante a série de ataques mais mortais em meses.
As autoridades publicaram imagens do que disseram serem fragmentos do motor da arma.
O Kremlin afirmou, sem fornecer evidências, que artefatos antimísseis ucranianos, não a Rússia, que atingiram o hospital infantil, que é um dos maiores da Europa e trata pacientes com condições graves, como câncer e doença renal.
Conselho de segurança da ONU se reúne
O Conselho de Segurança da ONU se reuniu nesta terça-feira para discutir o ataque, após pedido de Reino Unido, França, Equador, Eslovênia e Estados Unidos.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, foi a Washington para uma cúpula de três dias de líderes da Otan, a aliança militar do ocidente, na qual espera obter compromissos de aliados para reforçar as defesas aéreas da Ucrânia e aumentar seu apoio militar.
As forças russas estão avançando lentamente, mas reivindicaram nesta terça a captura da vila de Yasnobrodivka, na região oriental de Donetsk, na Ucrânia.
Não houve comentários imediatos da Ucrânia, que relatou combates pesados na região por meses.