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    Ex-prefeito de Duque de Caxias é alvo de operação sobre fraude em cartão de vacina de Bolsonaro

    PF cumpriu mandado contra Washington Reis, atual secretário de Transporte do RJ; buscas são desdobramento da operação do ano passado que mirou Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid e aliados

    Elijonas MaiaGustavo UribeTeo Curyda CNN Brasília

    A Polícia Federal (PF) realiza, nesta quinta-feira (4), uma operação no Rio de Janeiro contra fraudes em cartões de vacina, em esquema que ocorria a partir da prefeitura de Duque de Caxias e que teve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como um dos beneficiários.

    Ao todo, são cumpridos dois mandados de busca e apreensão, emitidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nas cidades do Rio de Janeiro e em Duque de Caixas.

    A CNN apurou que os alvos de busca e apreensão são o ex-prefeito de Duque de Caxias e atual secretário estadual de Transporte e Mobilidade do Rio de Janeiro, Washington Reis (MDB), e a secretária de Saúde de Duque de Caxias, Célia Serrano. 

    Washington Reis e Célia Serrano lado a lado/ Redes sociais/Instagram

    As buscas de hoje são parte da segunda fase da Operação Venire, desdobramento da operação do ano passado que teve como alvos Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid e aliados.

    Essas buscas fazem parte da nova fase de investigação pedida pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e apura a existência de associação criminosa responsável por crime de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), ambos do Ministério da Saúde.

    Segundo as investigações, os agentes públicos que são alvos da operação seriam responsáveis por viabilizar a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 naqueles sistemas

    A ação da PF busca também buscar a identificação de novos beneficiários do esquema fraudulento.

    Procurado pela CNN, o ex-prefeito Reis afirmou que o ano de eleições traz “covardias”. Leia a nota na íntegra:

    “Hoje (04), recebi agentes da Polícia Federal em minha residência, em Xerém, Duque de Caxias. Como figura pública com mais de 32 anos de atuação política, estou ciente dos desafios enfrentados pelo nosso país em meio a uma polarização política intensa.

    O ano de eleições traz consigo muitas tensões e, infelizmente, também covardias.

    Durante minha gestão como prefeito de Duque de Caxias, enfrentei críticas e fui processado por não adotar medidas de “fechamento” da cidade e por não estocar vacinas, pensando sempre na população. Investimos na aquisição de um hospital dedicado ao tratamento de pacientes com COVID-19 (Hospital São José), salvando milhares de vidas, não apenas nossa cidade, mas todo o estado. Tornamo-nos uma referência nacional e lideramos a vacinação proporcionalmente. Após a pandemia, o hospital iniciou novas obras e, em breve, será o Hospital do Coração mais moderno do estado, uma referência em cardiologia.

    Como Secretário de Transporte e Mobilidade Urbana, reitero meu compromisso contínuo com a melhoria do transporte e da mobilidade em nosso estado. Diversos projetos estão em andamento, incluindo a retomada das obras do metrô da Gávea, o novo sistema de bilhetagem das Barcas, a criação de novas linhas intermunicipais de ônibus, a reestruturação dos trens e a revitalização do Bondinho de Santa Teresa.

    Estou comprometido com a população fluminense e com o desenvolvimento do nosso estado.

    Agradeço a todos pelas mensagens de apoio e carinho.”

    A CNN tenta contato com a secretária de Saúde de Duque de Caxias Célia Serrano para comentar a investigação e aguarda resposta.

    Em nota, o governo do Rio de Janeiro afirmou que “a operação da Polícia Federal tem como alvo único e exclusivo a obtenção de cartões de vacinação relacionados ao município de Duque de Caxias em 2022. Não existe nada referente ao Governo do Rio na investigação e nem fatos que comprometam a conduta do secretário Washington Reis”.

    PF já indiciou Bolsonaro, Cid e outras 15 pessoas no esquema

    A primeira fase da Operação Venire foi realizada em maio de 2023. À época, os agentes da PF prenderam o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e cumpriram mandado de busca e apreensão na casa de Bolsonaro em Brasília.

    Em março deste ano, a PF pediu o indiciamento de Bolsonaro, Cid e outras 15 pessoas pelo esquema irregular. Para a polícia, Bolsonaro ordenou a Cid que inserisse dados falsos de vacinação contra a Covid-19 dele e de sua filha nos sistemas do Ministério da Saúde.

    Na ocasião do indiciamento, um dos advogados de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, publicou nas redes que o indiciamento de Bolsonaro era uma perseguição política. O ex-presidente sempre negou ter recebido o imunizante contra a Covid-19.

    “O mundo inteiro conhece a opinião do presidente Jair Bolsonaro quanto ao tema da vacinação, muito embora ele tenha adquirido mais de 600 milhões de doses. Ademais, enquanto exercia o cargo de Presidente, ele estava completamente dispensado de apresentar qualquer tipo de certificado nas suas viagens. Trata-se de perseguição política e tentativa de esvaziar o enorme capital politico que só vem crescendo”, escreveu Wajngarten.

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