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    “Por favor, leve-os embora”: Invasão de cervos assola sul-coreanos em ilha remota

    Crescimento populacional descontrolado levou explosão numérica, transformando o animal em uma ameaça aos residentes de ilha na Coreia do Sul

    Da Reuters

    Durante o dia, a ilha de Anma, na Coreia do Sul, é aparentemente pacífica, onde as pessoas vivem em uma aldeia situada ao lado de picos e de uma costa rochosa. Mas depois do anoitecer, Anma é invadida por manadas de cervos que destroem colheitas e danificam árvores durante as suas andanças noturnas.

    As pessoas na ilha dizem que passaram a viver atrás de cercas, confinadas em casas e campos, já que o número de animais é de sete para um. Eles praticamente desistiram de lutar contra os cervos e dizem que a única opção agora é abater o rebanho.

    “Lamento estar dizendo isso, mas neste momento precisamos nos livrar deles, o que é nossa intenção, mesmo que isso signifique matá-los”, disse Jang Jin-young, de 43 anos, um dos os líderes da aldeia.

    Dado que as leis da Coreia do Sul proíbem tais esforços, Jang diz que o governo está agora ponderando uma petição dos aldeões para designar os cervos como “fauna selvagem nociva”, em vez de gado, abrindo caminho para que o rebanho seja reduzido pela caça ou outras medidas.

    Os cervos foram introduzidos pela primeira vez na ilha por volta de 1985, quando três agricultores trouxeram cerca de 10, na esperança de colher os seus chifres, que caem anualmente e são altamente valorizados na medicina tradicional.

    Prescritos junto com o ginseng e as ervas medicinais, são fervidos em água para fazer um remédio tradicional, cujo custo aumenta com a qualidade e a quantidade de fatias de chifre na bebida.

    Mas o interesse cada vez menor nestes medicamentos secou o mercado de chifres muito rapidamente depois de meados da década de 1980, levando os criadores de cervos a abandonarem os seus animais e partirem.

    Um crescimento populacional descontrolado levou a uma explosão numérica, transformando o cervo em uma ameaça que assola os residentes da ilha. Agora são estimados em mil, espalhados por uma área um pouco maior que o Central Park, em Manhattan.

    “Não aguento mais. Ficaria feliz se alguém pudesse, por favor, pegá-los e levá-los embora”, disse Han Jeong-rye, de 80 anos, que trabalha em uma horta cercada por uma rede de malha de 1,8 metros de altura. A rede, no entanto, mas não apresenta obstáculo para o cervo, que salta ou rasga e come todas as suas colheitas.

    Kang Dae-rin, que administra uma fazenda de cervos e comercializa chifres perto da capital, Seul, fez diversas visitas à Anma para avaliar o potencial da ilha como fonte.

    Ele descobriu que o cervo tinha uma grave infestação de carrapatos que dificultava o transporte dos animais, ou de seus chifres, e disse que era inútil tentar sedar o animal.

    “É impossível capturá-los com anestesia. Os cervos já obtiveram imunidade e todos podem simplesmente fugir”, disse Kang.

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