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    Copom tem compromisso com meta de inflação, mas custo cresce se fiscal não ajuda, diz diretor do BC

    Para ele, de forma retrospectiva, a perna do tripé macroeconômico brasileiro - baseado em câmbio flutuante, meta de inflação e meta fiscal - “que mais fraquejou” nos últimos anos foi a relativa ao fiscal

    Reuters

    O Comitê de Política Monetária (Copom) tem “compromisso absoluto” com a meta de inflação, mas o custo da desinflação fica elevado se o quadro fiscal não ajuda, disse nesta segunda-feira o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, Renato Gomes.

    “O Copom tem compromisso absoluto para entregar inflação na meta. Agora, quando o fiscal não ajuda, o custo da desinflação fica muito elevado, e a economia real sofre”, disse.

    Falando em live semanal do BC, que teve como tema os 30 anos do Plano Real, Gomes ponderou que houve avanços recentemente em relação às contas públicas do país, ressaltando que há um esforço grande para que o Brasil recupere a credibilidade fiscal.

    Para ele, de forma retrospectiva, a perna do tripé macroeconômico brasileiro – baseado em câmbio flutuante, meta de inflação e meta fiscal – “que mais fraquejou” nos últimos anos foi a relativa ao fiscal.

    “Se a política fiscal está sempre expansionista, coloca muita pressão nas outras duas pernas do tripé macroeconômico, o que pode levar a desvalorizações ou coloca muita pressão na política monetária, os juros têm que fazer o trabalho. E aí a desinflação fica muito custosa”, disse.

    “Para o futuro, a gente tem que colocar um tripé equilibrado, que combine esses três elementos”, afirmou.

    Após adotar uma série de iniciativas arrecadatórias e passar a observar resistências do Congresso a novas medidas fiscais pelo lado da receita, o governo vem sendo pressionado a revisar gastos públicos.

    Mas parte das ideias é rejeitada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como as desvinculações de benefícios sociais da política de ganhos reais do salário mínimo.

    O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse na última sexta-feira (28) que ajustes fiscais muito focados em ganho de receita são menos eficientes e podem ter como resultado menor investimento, menor crescimento econômico e inflação mais alta.

    Na apresentação, Gomes ainda afirmou ser “fundamental” que a autonomia operacional do BC evolua de forma complementar para uma autonomia financeira.

    Proposta sobre o tema tramita no Congresso com apoio da diretoria do Banco Central, mas encontra oposição de membros do governo.

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