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    Dívida pública avança 3,1% em maio e atinge R$ 6,91 trilhões

    Avanço da dívida reflete diretamente nas taxas de juros e de crescimento do país, consequentemente impactando o emprego, a renda e a inflação

    Cristiane Nobertoda CNN , Brasília

    A Dívida Pública Federal (DPF) do Brasil voltou a crescer no mês de maio. Com alta de 3,1%, o estoque alcançou R$ 6,912 trilhões, ante R$ 6,703 trilhões no mês anterior, em valores nominais, segundo os dados da Secretaria do Tesouro Nacional, divulgados nesta quarta-feira (26).

    De acordo com a pasta, o aumento é explicado pela emissão líquida, no valor de R$ 146,71 bilhões, e pela apropriação positiva de juros, no valor de R$ 61,38 bilhões.

    A dívida pública mobiliária federal interna (DPMFi) teve o estoque ampliado em 3,16% e passou de R$ 6,423 trilhões para R$ 6,626 trilhões, devido à apropriação positiva de juros, no valor de R$ 55,80 bilhões.

    Com relação ao estoque da dívida pública federal externa (DPFe), houve variação positiva de 1,77% sobre o estoque apurado em abril, e fez com o que maio encerrasse em R$ 285,47 bilhões (US$ 54,46 bilhões), sendo R$ 238,17 bilhões (US$ 45,44 bilhões) referentes à dívida mobiliária e R$ 47,30 bilhões (US$ 9,02 bilhões) relativos à dívida contratual.

    O avanço da dívida pública reflete diretamente nas taxas de juros e de crescimento do país, consequentemente impactando no emprego, na renda e na inflação, por exemplo.

    Levantamento do Banco Central, divulgado na semana passada, mostrou que o débito brasileiro atingiu 76% do Produto Interno Bruto (PIB), em R$8,4 trilhões em abril de 2024.

    A autoridade monetária utiliza uma metodologia diferente do Tesouro.

    Na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira (25), o colegiado apontou que existe “incerteza” sobre a estabilização da dívida pública, além de outros fatores, que têm potencial de atingir a taxa neutra da economia, trazendo impactos “deletérios” sobre a política monetária e custo de desinflação.

    “O Comitê monitora com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros.

    O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária.

    Políticas monetária e fiscal síncronas e contracíclicas contribuem para assegurar a estabilidade de preços e, sem prejuízo de seu objetivo fundamental, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego”, diz o documento.

    Programa Tesouro Direto

    As emissões do Tesouro Direto em maio atingiram R$ 5,07 bilhões, enquanto os resgates corresponderam a R$ 3,17 bilhões, o que resultou em emissão líquida de R$ 1,9 bilhões.

    Segundo a pasta, o título mais demandado pelos investidores foi o Tesouro Selic, que respondeu por 40,93% do montante vendido. O estoque do Tesouro Direto alcançou R$ 139,6 bilhões, o que representa um aumento de 2,26% em relação ao mês anterior. O título com maior representação no estoque é o Tesouro IPCA+, que corresponde a 38,18% do total.

    Em relação ao número de investidores, foi registrado o ingresso de 320.221 novos participantes no Tesouro Direto em maio. Desta forma, o total de investidores cadastrados chegou a 28.667.472, o que representa um incremento de 17,81% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

    Criado em 2002, o Tesouro Direto foi desenvolvido pelo governo federal para captar recursos e financiar as dívidas públicas.

    Sob gestão do Tesouro Nacional, ele se assemelha a uma operação de crédito pessoal, em que uma pessoa física ou jurídica empresta dinheiro ao governo em troca de um rendimento futuro.

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