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    IPCA-15 sobe menos que o esperado em junho, mas taxa em 12 meses volta a 4%

    Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,45% para o período

    Reuters

    A alta do IPCA-15 desacelerou inesperadamente em junho, mas ainda assim a taxa em 12 meses voltou a ficar acima de 4%, no momento em que o Banco Central interrompeu o afrouxamento monetário

    Em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve alta de 0,39% em relação ao mês anterior, quando avançou 0,44%.

    O dado divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,45%.

    No entanto, apesar do alívio mensal, a taxa nos 12 meses até junho passou a avançar 4,06%, de 3,70% em maio e expectativa de 4,12%.

    Assim, volta a superar a marca de 4% depois de dois meses. A meta para a inflação em 2024 é de 3,0%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.

    “Em resumo, o resultado (do IPCA-15) não empolga nem preocupa. O processo desinflacionário indica encontrar uma resistência nesse momento, mas sem sinais alarmantes de que reverterá esse processo no curto prazo”, disse André Valério, economista-sênior do Inter.

    Segundo o IBGE, a maior variação e o maior impacto foram registrados pelo grupo Alimentação e Bebidas, com alta de 0,98% nos preços.

    A alimentação no domicílio acelerou a alta a 1,13% em junho, de 0,22% em maio, com aumentos nos custos da batata inglesa (24,18%), do leite longa vida (8,84%), do arroz (4,20%) e do tomate (6,32%). Na outra ponta, destacaram-se as quedas do feijão carioca (-4,69%), da cebola (-2,52%) e das frutas (-2,28%).

    César Garritano, economista-chefe da SOMMA Investimentos, diz que esses movimentos refletem parcialmente pressões decorrentes da tragédia do Rio Grande do Sul e da alta das commodities.

    A alta dos custos de Habitação acelerou a 0,63% no mês, de 0,25% em maio, mas o aumento dos preços de Saúde e cuidados pessoais mostrou alívio a 0,57% em junho, de 1,07%.

    Apenas o grupo dos Transportes e o de Artigos de residência tiveram queda nos preços, respectivamente de 0,23% e 0,01%.

    O Banco Central decidiu na semana passada manter a taxa básica de juros Selic em 10,50% ao ano, em decisão unânime de sua diretoria para interromper o ciclo de afrouxamento monetário iniciado em agosto do ano passado.

    “Quando olhamos diferentes métricas, boa parte tem oscilado próximo à meta de 3,0% na média dos últimos 3 meses. A principal exceção fica com os itens mais sensíveis à força da economia e, portanto, relevantes para o Copom, que têm oscilado ao redor de 5%”, destacou Igor Cadilhac, economista do PicPay.

    “Dito isso, aos olhos dos juros, fica claro que o nosso desafio não é a inflação corrente, mas as expectativas à frente.”

    A autoridade monetária já vinha destacando a pressão sobre os preços do mercado de trabalho apertado e aumento da renda, o que favorece o consumo. No comunicado da decisão, o BC avaliou que a inflação ao consumidor tem apresentado trajetória de queda, enquanto medidas de inflação subjacente, que desconsideram itens mais voláteis, ficaram acima da meta de inflação nas divulgações mais recentes.

    Na terça-feira, a ata do encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) apontou que a reancoragem das expectativas de inflação é vista pela diretoria do BC como elemento essencial para assegurar a convergência da inflação para a meta.

    Pesquisa Focus divulgada na segunda-feira pelo Banco Central junto ao mercado mostra que a expectativa do mercado é de que o IPCA encerre este ano com alta acumulada de 3,98%, com a Selic a 10,5%.

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