Análise: A disputa pelo bolsonarismo sem Bolsonaro
Tarcísio e Nunes não queriam o vice escolhido, mas foi a forma de tentar garantir o bolsonarismo com Bolsonaro
Jair Bolsonaro mostrou força nesta sexta-feira (21) ao indicar o candidato a vice de Ricardo Nunes na principal eleição municipal do país. Trata-se de um desconhecido coronel da Polícia Militar que já foi da temida Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA).
O movimento para que a escolha fosse antecipada em um mês foi liderado pelo governador Tarcísio de Freitas. Foi feito às pressas para evitar uma fuga do eleitor bolsonarista para o empresário Pablo Marçal e explicitou a disputa na direita pelo eleitor de Bolsonaro.
O governador e o prefeito de São Paulo são vistos com desconfiança pelo eleitor tradicional de Bolsonaro. Eles os consideram amenos demais, moderados demais e, em certo modo, oportunistas demais por quererem o eleitor bolsonarista mas sem serem bolsonaristas demais. E veem em Pablo Marçal alguém com as características anti-sistema do seu líder.
Tarcísio e Nunes não queriam o vice escolhido, mas foi a forma de tentar garantir o bolsonarismo com Bolsonaro.