Diante da expectativa para o anúncio do vice de Ricardo Nunes (MDB) nas eleições deste ano, alguns aliados do prefeito de São Paulo não disfarçam nos bastidores a insatisfação com a provável indicação do Coronel Mello Araújo (PL). A previsão é de que o nome do vice seja confirmado até amanhã, sacramentando a aliança de Nunes com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O nome de Mello Araújo foi levado formalmente aos partidos que compõem a aliança de Nunes na noite de ontem, em um jantar no Palácio dos Bandeirantes. O prefeito deixou o encontro confirmando que o vice será indicado pelo PL de Bolsonaro, em concordância com todas as legendas. Mas não anunciou uma definição sobre o nome. Segundo fontes ouvidas pelo blog, ainda há pendências na negociação com o União Brasil.

Ao blog, integrantes da campanha e dirigentes partidários diretamente envolvidos na negociação não disfarçaram o incômodo. Descreveram o nome do coronel bolsonarista como um “equívoco”. Um participante do jantar disse que Mello Araújo é um “penduricalho que mais atrapalha do que ajuda”.

Parte do time do prefeito avalia que a indicação de Mello Araújo pode contribuir com a estratégia de campanha de Guilherme Boulos, do PSOL. O deputado trabalha com a ideia de reproduzir na capital paulista um embate entre o presidente Lula e Bolsonaro. Nunes vinha desde o início da campanha trabalhando por um vice mais moderado, de preferência uma mulher.

Nos bastidores, integrantes da campanha disseram que a pressa em resolver o “fator Pablo Marçal” seria pano de fundo para uma definição rápida. Nesta manhã, alguns aliados de Nunes ainda se diziam esperançosos de uma mudança no rumo das negociações. Mas a ala que dá a escolha de Araújo como certa diz se tratar de “mero negacionismo”.