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    PT vai à Justiça contra Campos Neto e acusa “conflito de interesses”

    Em ação popular, à qual o blog teve acesso, partido quer que presidente do BC seja proibido de dar entrevistas e fazer manifestações políticas

    Clarissa Oliveirada CNN , Brasília

    Como parte de uma megaofensiva lançada contra Roberto Campos Neto, o PT decidiu ingressar na Justiça Federal com uma ação popular tendo como alvo o presidente do Banco Central. A ação, à qual o blog teve acesso, acusa Campos Neto de fazer uso político do cargo e pede que ele seja proibido de fazer manifestações de teor político.

    A ação toma por base declarações públicas recentes feitas pelo presidente do BC, que, segundo o texto, expõem “pretensões políticas que sugerem possível interferência na independência e imparcialidade da condução daquela instituição”.

    “A conduta (de Campos Neto) tem evidente teor de direcionamento político-ideológico, o que pode impactar sobre a adequada condução da política monetária e financeira nacional, caracterizando, portanto, ato atentatório à moralidade administrativa e possível conflito de interesses”, diz o texto da ação popular.

    Na ação, o PT cita reportagens de veículos de comunicação. Um exemplo mencionado foi o registro da homenagem concedida pelo governador Tarcísio de Freitas a Campos Neto, em evento na Assembleia Legislativa. Na ocasião, Campos Neto foi homenageado pelos deputados estaduais e recebido em seguida em um jantar no Palácio dos Bandeirantes.

    Um dos textos reproduzidos na ação, atribuído ao jornal Folha de S. Paulo, aponta que “Campos Neto sinalizou a Tarcísio que aceitaria ser seu ministro da Fazenda se o governador decidir se tornar presidenciável”.

    Alegando violação do interesse público e da moralidade administrativa, o PT aponta a existência de um “potencial conflito de interesses”. Em outro trecho, o partido pede ainda que o presidente do PC se abstenha de fazer “novos pronunciamentos de natureza político-partidárias, ou ainda que deixe de pronunciar qualquer apoio a candidatura ou pretensão de ocupação de cargo político, enquanto perdurar o exercício do cargo.”

    “Ao anunciar seu apoio a pretenso pré-candidato à presidência da República, mais de 2 (dois) anos antes do pleito eleitoral, além de ostentar sua intenção de ocupar cargo político de ministro de Estado, fica claro que a conduta do requerido se pauta pelo interesse privado, em notória violação aos princípios da moralidade e da impessoalidade.”

    Procurado pela CNN, Campos Neto não quis comentar a ação popular do PT.

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