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    Pedro Venceslau
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    Pedro Venceslau

    Pós-graduado em política e relações internacionais, foi colunista de política do jornal Brasil Econômico, repórter de política do Estadão e comentarista da Rádio Eldorado

    Juristas avaliam que caso Marielle vai blindar instituto da delação contra projeto de lei

    Congresso avalia proposta que proíbe pessoas presas de delatar

    Juristas ouvidos pela CNN acreditam que o STF vai receber nesta terça-feira, 18, a denúncia contra os supostos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e avaliam que a decisão vai blindar a delação premiada no momento em que o Congresso avalia um projeto de lei que proíbe uso da medida por pessoas que estejam presas.

    “Acredito que o STF vai receber (a denúncia) porque os elementos da delação foram avaliados na decretação da prisão. A medida de prisão cautelar foi de uma gravidade excepcional. Essa decisão vai reforçar o instituto da delação premiada e sinaliza que o projeto da Câmara será considerado inconstitucional, caso seja aprovado”, disse à CNN o advogado criminalista Celso Vilardi, professor de direito da FGV.

    O projeto do deputado Luciano Amaral (PV-AL) foi apensado a outro de 2016 do então deputado Wadih Damous (PT-RJ) e ganhou apoio dos bolsonaristas.

    “Esse projeto tem um DNA contra abusos de autoridade e excesso de prisões, mas querem agora usá-lo para invalidar a delação do Mauro Cid”, disse o advogado Renato Stanziola, presidente do IBCrim (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais).

    O pedido de urgência do projeto foi assinado por alguns dos principais líderes da Câmara, inclusive do centrão. São os deputados signatários Luciano Amaral (PV-AL), Romero Rodrigues (Podemos-PB), Elmar Nascimento (União Brasil-BA), Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), Altineu Côrtes (PL-RJ) e Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL).

    Ainda não está claro se o projeto vai ser retroativo, o que levaria à anulação das delações de Ronnie Lessa e Mauro Cid.

    Crítico das delações premiadas durante a Operação Lava Jato, o advogado Marco Aurélio Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, avalia que o caso Marielle apresenta um “conjunto robustos” de provas além da delação de Ronnie Lessa.

    “Nosso problema sempre foi com a vulgarização da delação premiada, que não pode ser o único meio de prova. No caso Marielle foi só mais um elemento”, afirmou.

    Linha do rempo da delação

    2013 – Em meio à pressão das ruas, Dilma Rousseff sanciona a Lei das Organizações Criminosas no pacote anti-corrupção e estabelece mecanismos de acordos de leniência e de colaboração premiada

    2016 – Deputado Wadih Damous (PT-RJ) apresenta projeto que proíbe delação de presos

    2019 – Pacote anti-crime que reformou legislação penal e código processual estabeleceu limites para a delação premiada, que por si só não pode levar a decretação de medidas cautelares, condenação ou recebimento de denúncia.

    2024 – Deputado Luciano Amaral (PV-AL) ressuscita projeto de Damous, que entra em regime de urgência com apoio de líderes e pode beneficiar Bolsonaro.

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