Reforma tributária volta a azedar clima entre Haddad e Lira
No entorno do presidente da Câmara, há queixas sobre demora do governo em entregar projetos de regulamentação e prazo escasso para votação
Em meio ao esforço do governo federal para fazer andar a agenda econômica no Congresso, um tema voltou a azedar nos bastidores o clima entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. No entorno de Lira, a queixa é que Haddad demorou a concluir o envio dos projetos de regulamentação da reforma, o que deixa um tempo escasso demais para que parlamentares analisem a proposta.
Com o calendário apertado pelas eleições municipais, Lira vinha prometendo votar ainda neste semestre a regulamentação da reforma tributária. Haddad e outros integrantes do governo também mantiveram nesta semana o discurso sobre concluir a tramitação antes do recesso.
O primeiro projeto que regulamenta a reforma tributária chegou ao Congresso no fim de abril. Lira designou um grupo de trabalho para analisar o projeto, que possui cerca de 300 páginas e mais de 500 artigos. Originalmente, a promessa da Fazenda era concluir a entrega dos textos até a primeira quinzena maio. Um outro projeto, que trata de temas como o Comitê Gestor do Imposto de Bens e Serviços (IBS), foi protocolado no início deste mês, de acordo com a Fazenda.
A reforma tributária é tida como estratégica por Lira, que vem trabalhando para concluir a tramitação e torná-la uma das marcas de sua gestão no comando da Câmara. Esse é um dos temas em que Lira diz assegurar votos na Casa, independentemente do alinhamento das bancadas à base de apoio ao governo Lula.