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    Venezuela: oposição denuncia que 10 membros da campanha já foram presos

    Desde sexta, opositores denunciaram pelo menos cinco prisões de aliados; um deles acabou libertado

    Luciana Taddeoda CNN

    O setor mais expressivo da oposição venezuelana denunciou nesta segunda-feira (17) que dez pessoas ligadas à campanha eleitoral do candidato opositor Edmundo González foram presas.

    Nas últimas horas, pelo menos cinco opositores foram detidos por forças de segurança governamentais, segundo dirigentes contrários ao governo de Nicolás Maduro.

    Em coletiva de imprensa convocada emergencialmente, a líder opositora María Corina Machado relatou que dois integrantes do seu movimento político, Gabriel González e Javier Cisneros, saíram para almoçar, e acabaram interceptados e levados para o Helicóide, um presídio que opositores denunciam ser um centro de torturas.

    “Esses jovens estão sendo vinculados a um expediente no qual são acusados de instigação ao ódio e associação para delinquir pelo simples fato de acompanhar nosso candidato Edmundo González em uma atividade”, expressou a líder opositora. Horas depois da declaração de Corina, Cisneros foi liberado.

    Essas duas prisões se somam a outras três denunciadas desde sexta-feira pela oposição: a de Jeancarlos Rivas, da juventude do partido Vontade Popular, Luis López, jornalista ligado à campanha de González, e Juan Iriarte, coordenador do movimento político de Corina.

    De acordo com a líder opositora, além das nove pessoas vinculadas à campanha que estão presas, outras quatro de outros partidos ou independentes foram presas. Além disso, seis integrantes de sua equipe com mandados de prisão estão asilados na embaixada da Argentina em Caracas.

    Para Corina, as prisões representam uma “criminalização” da campanha eleitoral. “Nenhum deles cometeu crime algum, só se dedicaram a promover a rota eleitoral e atividades de campanha”, disse, afirmando que as prisões foram arbitrárias.

    Segundo ela, houve “desaparecimentos forçados temporários”, impedimento de contato com advogados e familiares e imposição de um defensor público contra a vontade dos detidos.

    “O defensor público da maioria dos detidos diz que se eles me acusassem de ser diretamente responsável pelos crimes dos quais eles supostamente estariam envolvidos, seriam liberados”, afirmou a opositora, denunciando que os presos passam por audiências noturnas, para que familiares e advogados não participem.

    Ao lado da líder opositora, o candidato da Plataforma Unitária, Edmundo González Urrutia, que representa o setor mais expressivo da oposição a Maduro, disse que denunciará “essa nova arremetida do governo em todas as instâncias internacionais”.

    “Não podemos permitir que continuem cometendo essas graves violações ao acordo”, disse, sobre o Acordo de Barbados, assinado entre o governo e a oposição em outubro do ano passado, com pontos que estabeleciam garantias políticas para as eleições presidenciais de 28 de julho.

    Parte dos mandados foram emitidos pelo Ministério Público por suposto envolvimento dos opositores em conspirações para promover a violência no país. O órgão ainda não se pronunciou, no entanto, sobre as últimas denúncias de prisões feitas pelos líderes políticos.

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