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    Líderes mundiais se reúnem na Cúpula da Paz para a Ucrânia na Suíça

    Mais de 100 países participam do encontro organizado pelo governo suíço com apoio ucraniano; Rússia não foi convidada

    Steve HollandThomas Escrittda Reuters Estocolmo

    Líderes mundiais se reuniram em um resort de montanha na Suíça, neste sábado (15), para tentar atrair apoio para as propostas de paz da Ucrânia.

    A cúpula não será atendida pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden – que enviou a vice Kamala Harris para representá-lo – foi rejeitada pela China e considerada “uma perda de tempo” por Moscou.

    O presidente brasileiro Lula foi convidado para o evento, mas recusou, alegando que nenhuma cúpula conseguirá chegar à paz sem o envolvimento dos russos na mesa de negociações.

    Mais de 100 países participarão, mas a ausência da China, em particular, diminuiu as esperanças de que a cúpula deixaria a Rússia globalmente isolada, enquanto os recentes reveses militares colocaram Kiev em desvantagem.

    A guerra em Gaza entre Israel e o Hamas também desviou a atenção do mundo da Ucrânia.

    Espera-se que as discussões se concentrem em preocupações mais amplas desencadeadas pela guerra, como a segurança alimentar e nuclear, e um rascunho da declaração final que identifica a Rússia como o agressor, disseram fontes.

    O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, considerou a ampla participação na reunião como um sucesso e disse que os acordos do encontro fariam parte do processo de pacificação.

    “A Ucrânia nunca quis esta guerra. É uma agressão criminosa e absolutamente não provocada por parte da Rússia”, disse o presidente ucraniano ao lado da presidente suíça, Viola Amherd.

    Amherd afirmou que o conflito trouxe “sofrimento inimaginável” e violou o direito internacional.

    O chanceler alemão, Olaf Scholz, considerou a reunião um passo importante. “Muitas questões de paz e segurança serão discutidas, mas não as maiores. Esse sempre foi o plano”, disse o político alemão, em declarações à Welt TV.

    “Esta é uma planta pequena que precisa ser regada, mas claro também com a perspectiva de que dela possa sair mais.”, acrescentou o chanceler da Alemanha.

    Biden enviou a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, para representá-lo enquanto o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, será representado pelo seu ministro das Relações Exteriores. A Índia enviou uma delegação de nível inferior para o evento. Pequim está afastada depois que a Rússia foi excluída do processo.

    Harris anunciou mais de 1,5 mil milhões de dólares em energia e ajuda humanitária para a Ucrânia, onde a infraestrutura foi atingida por ataques aéreos russos desde a invasão de 2022.

    Um helicóptero militar sobrevoou o luxuoso resort Buergenstock, no centro da Suíça, com vista para o Lago Lucerna, neste sábado (15), enquanto os líderes chegavam de helicóptero no local.

    Na véspera da Cúpula da Paz, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que a Rússia só terminaria a guerra se Kiev concordasse em abandonar as suas ambições na Otan e entregar quatro províncias reivindicadas por Moscou – exigências que Kiev rapidamente rejeitou como equivalentes à rendição.

    As condições de Putin aparentemente refletiram a confiança crescente de Moscou de que as suas forças têm a vantagem na guerra.

    O chanceler da Alemanha considerou a resposta russa como uma tentativa de gerar tumulto.

    “Todo mundo sabe que esta não é uma proposta séria, mas tem algo a ver com a conferência de paz na Suíça”, disse o alemão em entrevista.

    A Suíça, neutra, que participou na cúpula a pedido de Zelensky, quer preparar o caminho para um futuro processo de paz que inclua a Rússia.

    A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que a proposta de Putin “mostrou o verdadeiro caminho para a paz”.

    “Se você quer salvar o mundo, discuta a proposta de Vladimir Putin… Somente aqueles que não querem a paz não podem ver, não podem entendê-la”, disse a porta-voz, segundo a agência de notícias TASS.

    China e Rússia

    Zelensky acusou Pequim de ajudar Moscou a minar a reunião, acusação negada pelo Ministério das Relações Exteriores da China.

    “A cúpula corre o risco de mostrar os limites da diplomacia ucraniana”, disse Richard Gowan, diretor da ONU no Grupo de Crise Internacional.

    Os líderes da França, Alemanha, Itália, Grã-Bretanha, Canadá e Japão estão entre os que comparecerão. A Turquia e a Hungria, que mantêm laços mais amigáveis ​​com a Rússia, também deverão aderir.

    As autoridades europeias admitem, reservadamente, que sem o apoio dos principais aliados de Moscou, o impacto da reunião será limitado.

    “O que (Zelensky) pode esperar disso?” disse Daniel Woker, ex-embaixador suíço. “Mais um pequeno passo em frente na solidariedade internacional com a Ucrânia.”

    Os apoiantes da Ucrânia estão marcando as conversações com uma série de eventos na cidade vizinha de Lucerna para chamar a atenção para os custos humanitários da guerra, com uma manifestação planeada para apelar ao regresso dos prisioneiros e das crianças levadas para a Rússia.

    “Apego-me à ideia de que o meu marido ainda está vivo”, disse Svitlana Bilous, esposa de um soldado desaparecido há mais de 14 meses.

    “Isso é o que me faz continuar”, acrescentou a ucraniana.

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