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    BC do Japão mantém juros e sinaliza redução de estímulos monetários

    Presidente Kazuo Ueda também disse que não descarta a possibilidade de aumentar a taxa de juros em julho, uma vez que a fraqueza do iene eleva os custos de importação

    Reuters

    O Banco do Japão disse nesta sexta-feira (14) que começará a reduzir suas enormes compras de títulos e anunciará um plano detalhado no próximo mês para reduzir seu balanço patrimonial de quase US$ 5 trilhões, dando mais um passo para desfazer seu enorme estímulo monetário.

    O presidente Kazuo Ueda também disse que não descarta a possibilidade de aumentar a taxa de juros em julho, uma vez que a fraqueza do iene eleva os custos de importação.

    “Dependendo dos dados econômicos e de preços disponíveis no momento, é claro que existe a possibilidade de decidirmos aumentar a taxa de juros e ajustar o grau de suporte monetário em julho”, disse Ueda em uma coletiva de imprensa.

    Como amplamente esperado, o Banco do Japão manteve sua meta para a taxa de juros de curto prazo em uma faixa de 0%-0,1% por votação unânime.

    Ele também deixou inalterado o ritmo de compra mensal de títulos em cerca de 6 trilhões de ienes (US$ 38 bilhões).

    Mas o banco decidiu apresentar detalhes de seu plano de redução de compra de títulos para os próximos um a dois anos em sua próxima reunião, em 30 e 31 de julho, depois de coletar opiniões dos participantes do mercado.

    Alguns observadores do mercado esperavam que o banco desse pistas mais definitivas nesta sexta-feira.

    “Ao reduzir a compra de títulos, é importante manter a flexibilidade para garantir a estabilidade do mercado e, ao mesmo tempo, fazer isso de forma previsível”, disse Ueda.

    Ele disse que o tamanho da redução provavelmente será “significativo”, mas deu poucas pistas sobre o ritmo e o grau dos cortes nas compras.

    “O Banco do Japão provavelmente quis estabelecer as bases para que a redução gradual não se tornasse uma surpresa”, disse Katsuhiro Oshima, economista-chefe da Mitsubishi UFJ Morgan Stanley Securities.

    Alguns participantes do mercado, entretanto, consideraram a decisão de esperar até julho como uma indicação de que o banco central será cauteloso ao ajustar a política monetária no futuro.

    “A decisão de hoje sugere que o Banco do Japão está muito cauteloso quanto à redução dos valores de compra de títulos, o que significa que também está cauteloso quanto ao aumento dos juros”, disse Takayuki Miyajima, economista sênior do Sony Financial Group.

    O banco central japonês abandonou as taxas negativas e o controle dos rendimento dos títulos em março, em uma mudança marcante de um programa de estímulo radical que durou uma década.

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