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    Esquema que teria desviado R$ 36 milhões de partido contava com familiares próximos de Eurípedes, diz PF

    Esposa, filhas, mãe, irmão e primo do presidente do Solidariedade, considerado foragido, eram divididos em Núcleos para coordenar a operação

    João RosaDaniel TrevorElijonas Maiada CNN , Brasília

    Segundo decisão da Justiça que autorizou a ação contra o presidente do Solidariedade, Eurípedes Júnior, e seus familiares, a suposta operação criminosa que desviou R$ 36 milhões do caixa do partido era dividida em núcleos.

    Os grupos, afirma a Polícia Federal (PF), tinham entre seus integrantes familiares próximos de Eurípides, que é acusado de liderar o esquema e considerado foragido.

    Conforme consta no documento — ao qual a CNN teve acesso –, a PF apontou que a autoria dos crimes seria dividida em quatro núcleos:

    1. Núcleo Central (Núcleo Duro)
    2. Núcleo de pessoas interpostas (Laranjas)
    3. Núcleo Advogados
    4. Núcleo de candidaturas laranjas no Distrito Federal.

    Ainda de acordo com a decisão que atendeu o pedido de busca e apreensão da PF, os investigadores identificaram os seguintes familiares de Eurípedes Júnior como integrantes da organização criminosa:

    • Esposa: Ariele de Oliveira Coimbra Macedo, investigada no Núcleo de Laranjas.
    • Filha: Jheniffer Hannah Lima de Macedo, investigada no Núcleo Central.
    • Filha: Giovanna Yule Lima de Macedo, investigada no Núcleo de Laranjas.
    • Mãe: Maria Aparecida dos Santos, investigada no Núcleo de Laranjas.
    • Irmão: Fabrício George Gomes dos Santos, investigado no Núcleo Central.
    • Primo: Alessandro Sousa da Silva, investigado no Núcleo Central.

    Na última quarta-feira (12), a PF cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão contra Eurípedes Júnior, seus familiares, uma ex-secretária do Partido Republicano da Ordem Social (Pros) e dois advogados. Eurípedes não foi encontrado e é considerado foragido.

    A PF conseguiu apreender um helicóptero avaliado em R$ 5 milhões. Segundo a investigação, a aeronave foi comprada com dinheiro público do fundo eleitoral e estava na casa do Eurípedes.

    A Justiça também autorizou pedido para bloqueio de bens no valor de R$ 36 milhões, entre 32 imóveis e 10 carros.

    Em nota, o Solidariedade informou que os fatos investigados são anteriores à fusão do partido com o Pros, legenda que foi incorporada ao Solidariedade no ano passado. A defesa de Eurípedes não foi encontrada.

    Parque Gráfico do Pros

    No documento, também foi apontado que há quatro dias para o julgamento que destituiu Eurípedes Júnior do Diretório Nacional do Pros, a PF identificou a retirada de todos os equipamentos que faziam parte do parque gráfico do partido em Planaltina de Goiás, no entorno de Brasília.

    A investigação identificou que foi o próprio Eurípedes Júnior que determinou a retirada. A PF reuniu imagens realizadas no local e notícias da época que mostram caminhões retirando o maquinário que pertencia ao partido. Segundo o relatório, as despesas para a retirada dos equipamentos custaram 170 mil reais e foram pagas com o fundo partidário.

    A venda dos equipamentos teria rendido aos cofres do partido pouco mais de 400 mil reais. Porém, o valor de nota fiscal da venda é de mais que o dobro do valor que foi para conta do partido, R$ 868.531,33. Para piorar, a investigação identificou que a avaliação dos equipamentos era de mais de 15 milhões de dólares. A PF acredita que o desvio desses valores teria abastecido o grupo investigado.

    Além do maquinário, a PF informou que foram retirados da sede do Partido, em Brasília, um helicóptero, dez carros, aparelhos de ar-condicionado, computadores, móveis e até o sistema de energia solar. Tudo pertencente ao Partido e adquirido com dinheiro público.

    Outro lado

    A CNN tenta contato com Eurípedes Júnior e as defesas de Ariele de Oliveira Coimbra Macedo, Jheniffer Hannah Lima de Macedo, Giovanna Yule Lima de Macedo, Maria Aparecida dos Santos, Fabrício George Gomes dos Santos e Alessandro Sousa da Silva. O espaço segue aberto.

    Em nota, o Solidariedade disse que “são fatos ocorridos antes da união do Pros com o Solidariedade”. “Estamos tomando pé da situação e ainda não temos uma posição sobre os fatos”, disse o partido.

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