Depois de uma longa jornada na tentativa de escolher um vice para sua chapa que atenda a todos os interesses e tenha o perfil ideal, Ricardo Nunes (MDB) pode voltar atrás e decidir aceitar a indicação de Jair Bolsonaro.

O ex-presidente sugeriu ao prefeito escolher o coronel Mello Araújo (PL) como vice.

O fator decisivo para isso é o governador Tarcísio de Freitas, que deve se tornar o maior cabo eleitoral do prefeito na campanha deste ano. Tarcísio acenou a aliados que o coronel da Rota seria uma boa solução para o impasse na escolha do vice.

Pelo menos dez nomes já foram cogitados por Nunes e sua equipe para ocuparem o posto na chapa. Aos poucos, os “balões de ensaio” foram caindo e poucas opções restaram na mesa.

Há resistência política para vários dos nomes porque a rede de alianças do prefeito é extensa.

Interlocutores de Nunes e Tarcísio afirmaram à CNN que o governador já transmitiu ao prefeito a mensagem de que deveria aceitar o coronel da Rota.

A leitura da equipe de Nunes, no entanto, é que um policial militar de um esquadrão conhecido por ações ostensivas poderia afugentar o voto de parte da periferia, onde o prefeito tem conseguido bons resultados nas pesquisas.

Há também um fator do desconhecimento. Mello Araújo dirigiu a Ceagesp, maior entreposto comercial de alimentos da América Latina, mas nunca foi testado como político, nunca foi colocado na parede numa tribuna ou num púlpito, pouco se sabe sobre o perfil dele e consequentemente suas ideias pessoais.

A leitura dos interlocutores, no entanto, é de que com Bolsonaro e Tarcísio unidos pelo mesmo nome e Nunes ameaçado pelo fator Pablo Marçal, que pode tirar do prefeito votos da direita bolsonarista, é muito improvável que uma alternativa surja agora e, portanto, esse deve ser o nome final.

Um dos conselhos recebidos pelo prefeito foi do próprio presidente do partido dele, o MDB, o deputado Baleia Rossi. Segundo fontes, Nunes ouviu de Baleia que deveria aceitar Mello e virar a página na campanha.

Até mesmo a opinião dos mais próximos do prefeito começou a mudar. Se antes a toada era de deixar a bola rolar para ver o cenário amadurecer, agora a tônica é de aceitar “o mal necessário”.