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    Desindexação das aposentadorias pode esbarrar na Justiça, dizem economistas

    Além de resistência política, correntes jurídicas consideram medida como cláusula pétrea da Constituição

    Eduardo Laguna e Caio Spechoto, do Estadão Conteúdo

    Embora seja apontada por economistas como a solução ideal para aliviar o aperto no orçamento, a desvinculação das despesas previdenciárias ao salário mínimo pode ser contestada na Justiça.

    A ponderação foi feita pelos economistas Fabio Giambiagi e Paulo Tafner, dois especialistas em Previdência, durante webinar promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

    Pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, Giambiagi considerou que a ideia de desindexação dos gastos previdenciários ao piso dos salários dificilmente deve prosperar.

    Além de entender que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não deve gostar da ideia, o economista citou vertentes no Judiciário que consideram que a vinculação seria uma cláusula pétrea da Constituição.

    “Imagine o capital político que teria que ser investido para no fim correr o risco de a medida ser derrubada pelo Supremo por ser considerada inconstitucional”, observou Giambiagi.

    Ele classificou ainda como “ridícula” a opção de desvincular apenas benefícios temporários, pois tal medida também demandaria uma emenda constitucional — exigindo, portanto, apoio de ao menos três quintos dos parlamentares — sem reverter significativamente a trajetória dos gastos com o INSS no longo prazo.

    “O que é relevante é a vinculação das aposentadorias e pensões”, pontuou.

    Sendo assim, ele avalia que o mais simples e viável politicamente seria Lula encaminhar uma medida provisória (MP) ao Congresso para que os gastos previdenciários passem a ser indexados apenas ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) a partir de 2026.

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