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    Thais Herédia
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    Thais Herédia

    Passou pelos principais canais de jornalismo do país. Foi assessora de imprensa do Banco Central e do Grupo Carrefour. Eleita em 2023 a Jornalista Mais Admirada na categoria Economia do Jornalistas & Cia.

    Expectativa pelo início da redução dos juros nos EUA derruba mercados emergentes

    Enquanto Fed, o banco central americano, não começa redução, países emergentes ficam “pendurados” nesta espera

    O banco central dos Estados Unidos se reúne nesta semana para decidir sobre os juros. Nada vai mudar porque a atividade econômica aquecida não dá espaço para que o Fed inicie o tão aguardado ciclo de queda dos juros.

    O mercado de trabalho é a condição que mais preocupa os economistas pela pressão que impõe sobre a inflação americana, ainda longe da meta de 2%.
    Enquanto Fed não começa a redução, os países emergentes ficam “pendurados” nesta espera.

    O Brasil tem enfrentado desvalorização do real e queda na bolsa de valores. O dólar alcançou maior cotação em mais de um ano, e a bolsa de valores se reaproximou dos 120 mil pontos.

    O fluxo dos investidores estrangeiros entre janeiro e inicio de junho está negativo em cerca de R$ 37,5 bilhões. No ano passado todo, o saldo foi positivo em R$ 45 bilhões.

    O capital está nervoso e fazendo escolha pela maior rentabilidade com menor risco, o que o Brasil não oferece, mesmo com a maior taxa real de juros do mundo.

    A preocupação com o equilíbrio fiscal é crescente e não há expectativa de que ela se dissipe no curto prazo, ao contrário.

    A dificuldade do ministro Fernando Haddad encontrar soluções para os problemas criados pelo Congresso e pelo desejo do presidente Lula de gastar sem limites, não deixa dúvidas de que a regra fiscal adotada pelo governo está sob risco.

    “O mercado tem questionado a capacidade do governo de cumprir o arcabouço fiscal. As expectativas fiscais não pioram, mas a avaliação qualitativa é de que piorou”, disse Roberto Campos Neto durante um evento nesta segunda-feira (10).

    O presidente do BC brasileiro tem participado de eventos públicos quase que diariamente, na tentativa de corrigir os ruídos de comunicação gerados pelo próprio Copom com a divergência dos votos pela redução da Selic na última reunião.

    Neste ambiente de incertezas e com juros americanos sugando liquidez internacional, o trabalho do BC brasileiro fica mais difícil.

    Neste mês não teremos a super quarta, quando coincidem as reuniões dos comitês de politica monetária daqui e dos EUA.

    Mesmo sem expectativas de mudança por lá, o espaço para redução dos juros aqui se fecha.

    O Itaú Unibanco revisou sua previsão para a Selic no final de 2024 de 10,25% para 10,50%, ou seja, os economistas não esperam mais nenhum movimento do Copom.

    Segundo Focus, pesquisa do BC com analistas de mercado, a estimativa de inflação voltou a subir para 2024 e 2025, para 3,90% e 3,18%, respectivamente. A alta deste ano não está mais ao alcance da Selic.

    A ação do BC já está focada no cumprimento da meta de inflação de 3% no ano que vem devido à defasagem dos efeitos da política monetária.

    Os investidores internacionais estão divididos sobre a data para a primeira queda dos FED Funds.

    Desde a semana passada, quando dados sobre geração de emprego surpreenderam para cima, as apostas coletadas pela ferramenta CME, da bolsa de Chicago, indicam que é mais provável que a redução comece em novembro.

    A flutuação nas previsões deve continuar mesmo se o cenário para economia americana der os sinais que mercado precisa para se estabilizar.

    Assim como aqui, a política tem ditado o grau de imprevisibilidade dos mercados e dos negócios.

    A eleição nos Estados Unidos e a desarticulação política do governo Lula são ingredientes fartos para manter elevada a angustia na espera pela queda dos juros americanos, mesmo que ela não seja a solução para os problemas da economia dos dois países.

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