À CNN, foragido do 8/1 na Argentina diz que entrou no país pelo Uruguai
Rota de fuga começou em Santana do Livramento (RS); primeira opção era o Paraguai
Os foragidos dos ataques aos Três Poderes em 8 de janeiro do ano passado fugiram para a Argentina como uma terceira opção de fuga.
Um dos foragidos concedeu entrevista à CNN nesta segunda-feira (10), sob a condição de anonimato, e revelou a rota para escapar das autoridades brasileiras até o país vizinho.
Ele pediu para ter o nome ocultado para não ser “mal visto” pelos demais foragidos.
“O Paraguai era a nossa primeira opção. Como por duas vezes patriotas foram presos em Assunção, decidi ir para o Uruguai. Mas o custo de vida lá é muito caro. Então a única opção que restou foi a Argentina”, declarou.
O foragido diz, porém, que fugiu para a Argentina apenas depois da vitória de Javier Millei como presidente, em novembro passado.
Milei já chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “corrupto”, durante a campanha eleitoral, e tem proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que compareceu à sua posse como se ainda fosse chefe de Estado.
“Como a maioria [dos foragidos] não tem passaporte, a melhor opção foi vir para cá que dá para entrar com identidade. Fui sozinho e a entrada foi simples.”
O foragido detalha a rota de fuga: “para não correr risco entrei pela fronteira seca em Santana do Livramento (RS), [que faz fronteira com Rivera, no Uruguai]. Então fiz a migração do Uruguai para a Argentina para não correr risco”.
A reportagem questionou se o foragido não teme ser preso após ter o nome incluído nas listas de foragidos internacionais e um pedido de extradição para responder ao processo no Brasil.
“Zero medo. A Interpol é uma polícia séria. Não vai se sujar e submeter-se a questões políticas. E Javier Milei não vai deixar ninguém ser extraditado por isso”, acredita.
Segundo ele, há pelo menos 200 brasileiros investigados pelo 8 de janeiro na Argentina.
Nesta segunda, a CNN noticiou que a Polícia Federal vai incluir os nomes de 48 já identificados na lista de foragidos da Ameripol, a rede de polícias das Américas.
A Ameripol tem uma rede chamada Anfast, que é a Rede de Equipes de Busca Ativa de Fugitivos da Ameripol.
Segundo disseram integrantes da PF à CNN, a função da rede é conectar as equipes de busca de foragidos dos países membros da Ameripol.