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    Tratamento inovador pode reduzir câncer de pênis, mostra estudo brasileiro

    A pesquisa, apresentada em congresso de oncologia nesta semana, mostrou que a imunoterapia associada à quimioterapia pode reduzir o volume do tumor em casos avançados

    Gabriela Maraccinida CNN

    Um tratamento inovador contra o câncer de pênis se mostrou eficaz na redução do volume do tumor em casos avançados, segundo um novo estudo brasileiro. De acordo com a pesquisa, apresentada na ASCO Annual Meeting 2024 — maior congresso de oncologia do mundo, que aconteceu entre os dias 31 de maio e 4 de junho — 75% dos pacientes tiveram redução em algum grau do tumor após combinarem imunoterapia à quimioterapia tradicional.

    O câncer de pênis é um tipo raro de câncer, representando 2% de todos os tipos de tumores malignos que atingem os homens no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Ele é mais comum em homens que têm 50 anos ou mais, embora também possa atingir os mais jovens. Seu principal fator de risco é a má higiene íntima, mas estudos científicos sugerem uma possível relação com a infecção pelo vírus HPV (papilomavírus humano).

    O estudo, chamado HERCULES – LACOG 0218, buscou avaliar a eficácia e a segurança da imunoterapia associada à quimioterapia tradicional como terapia de primeira linha para o tratamento do câncer de pênis avançado. 

    Para isso, 33 pacientes foram acompanhados durante o período da pesquisa, que começou em 2020. Os participantes foram submetidos à imunoterapia e à quimioterapia por 6 aplicações, seguido de imunoterapia até completar 34 aplicações. Eles realizaram exames de imagem a cada 6 semanas. 

    O estudo mostrou que 75% dos pacientes tiveram algum grau de redução do volume tumoral e que 39,4% deles apresentaram redução significativa. Além disso, dois marcadores foram identificados por meio de exames nas amostras tumorais dos pacientes: o P16 e o TMB. 

    Esses marcadores são potenciais preditores de melhor resposta ao tratamento. Pacientes com P16 positivo e TMB alto tiveram taxa de respostas (redução do volume tumoral) de 55,6% e 75%, respectivamente. 

    “Os resultados não são apenas uma vitória para a ciência brasileira, mas também uma prova de que a pesquisa clínica pode e deve olhar para as populações mais vulneráveis”, comenta Fernando Maluf, médico oncologista e líder do estudo. 

    “O sucesso deste estudo demonstra que investir em inovação para todos gera resultados significativos, beneficiando não apenas os pacientes envolvidos diretamente, mas também a comunidade global, já que vamos mudar o tratamento desta doença em todo mundo”, observa.

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