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    Organização criminosa roubou R$ 2,3 milhões de Paolo Guerrero, diz delegado da PF

    Golpistas do FGTS focaram em atletas estrangeiros que, após jogar no Brasil, saíam do país e esqueciam do benefício previdenciário

    Rafael Saldanhada CNN

    A organização criminosa que desviou dinheiro do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço de vários jogadores de futebol roubou R$ 2,3 milhões de Paolo Guerrero, ex-jogador de Corinthians, Flamengo e Internacional.

    O delegado da Polícia Federal, Caio Porto Ferreira, da força-tarefa da Caixa Econômica Federal, conversou com à CNN sobre a operação Fake Agents.

    A PF deflagrou na última terça-feira (28) a fase ostensiva da investigação que cumpriu seis mandatos de busca e apreensão na Grande São Paulo.

    Segundo o delegado, a quadrilha focou em atletas de alto valor e estrangeiros no caso de futebol.

    Isso porque os jogadores de outros países, depois que jogavam no Brasil e saíam para outro país, não sabiam ou esqueciam das suas reservas no FGTS. “Os fraudadores monitoravam essas contas, dando prioridade para as com maiores saldos”. O representante da PF afirma que o valor desviado de Guerrero foi o maior entre os jogadores roubados.

    Ao obter os documentos originais dos jogadores, os fraudadores montavam outros falsos para dar entrada no FGTS. Depois utilizavam os documentos falsificados para abrir contas em outras instituições bancárias, para assim receber a transferência desses recursos.

    “Os criminosos eram divididos em três núcleos: um era responsável pela obtenção dos documentos, outro mantinha contato com profissionais do futebol e um terceiro mantinha contato com profissionais de bancos, se utilizando da proximidade para abertura das contas e cadastramento dos aplicativos”, explica o delegado.

    A investigação constatou que três principais alvos tinham laços estreitos com atletas em atividade no Brasil e empresários do futebol. “Os falsos empresários se utilizavam da proximidade para conseguir os documentos, enganando os atletas, e acessar as contas do FGTS”, detalha.

    Após a denúncia dos jogadores, de acordo com o delegado, os autores do crime procuraram as vítimas para tentar devolver os valores, mesmo que parcialmente.

    Alguns atletas já se manifestaram tanto pela Caixa quanto pela Polícia Federal. Porém, o delegado ressalta que os jogadores venham à público para ajudar nas investigações.

    A Caixa Econômica Federal informou à CNN, em nota, que “as informações relacionadas aos casos em apuração na operação possuem caráter sigiloso, sendo repassadas apenas às autoridades policiais e de controle, tendo em vista risco de comprometimento de investigações criminais em andamento”.

    Guerrero descobriu o roubo há dois anos

    O advogado de Guerrero, Claudio Leite Pimentel, afirmou à CNN em nota que o jogador peruano percebeu o saque indevido do seu Fundo de Garantia em 08 de junho de 2022, quando foi realizar um saque em Porto Alegre, RS.

    O gerente da agência da Caixa Econômica em que estava informou que seu FGTS já tinha sido sacado um mês atrás (maio de 2022). A ocorrência foi registrada junto à Polícia Federal no dia seguinte, em 09 de junho, dando início à investigação.

    No dia 10 de junho, o atleta foi procurado por seu ex-motorista em São Paulo, que disse que sabia do saque indevido e que os criminosos queriam devolver parte do valor.

    No mesmo dia, Pimentel conversou com a advogada que teria recebido a procuração com a assinatura falsificada de Guerrero para sacar o FGTS. Segundo o advogado, “foram momentos bastantes tensos, pois você está lidando com criminosos”.

    Os representantes de Guerrero também contataram advogados do Banco Santander onde, segundo Pimentel, foi aberta indevidamente uma conta no nome do jogador com documentos falsificados, por onde os golpistas sacaram o valor da Caixa Econômica e transferiram às contas dos criminosos.

    Depois de sua equipe jurídica abrir um procedimento administrativo contestando o saque indevido do FGTS, a CEF depositou o valor sacado na conta do Fundo de Garantia de Guerrero, cerca de seis meses depois, após “muita insistência e ameaças”.

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