Ex-presidente do Irã, Ahmadinejad, tenta concorrer às eleições presidenciais
Candidatura ainda será analisada e pode ser barrada por conselho responsável pela decisão
O ex-presidente linha-dura do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, de 67 anos, se registrou para concorrer à Presidência do país nas eleições do país de 28 de junho, informou a televisão estatal iraniana no domingo. A votação foi convocada após a morte de Ebrahim Raisi em um acidente de helicóptero no mês passado.
A candidatura, porém, não está totalmente certa e Ahmadinejad pode ser excluído da disputa. Isso porque o Conselho Guardião do país, liderado por clérigos, ainda vai examinar os candidatos e somente depois disso é que vai publicar a lista dos qualificados em 11 de junho.
Ahmadinejad, um antigo membro da Guarda Revolucionária de elite do Irã, foi eleito presidente pela primeira vez em 2005 e renunciou ao cargo devido a limites de mandato em 2013.
Nas eleições de 2017, Ahmadinejad foi impedido de disputar a eleição pelo Conselho Guardião. Um ano antes, o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, o tinha alertado de que participar da eleição “não era do seu interesse e do interesse do país”.
A partir daí, surgiu uma divergência entre os dois e Ahmadinejad chegou a defender explicitamente que houvesse algum controle sobre a autoridade final de Khamenei.
Em 2018, em uma rara crítica dirigida a Khamenei, Ahmadinejad escreveu uma carta ao aiatolá pedindo eleições “livres”.
Em 2009, Khamenei apoiou Ahmadinejad. A reeleição do ex-presidente gerou uma onda de protestos em que dezenas de pessoas foram mortas e centenas detidas, abalando a teocracia dominante. As forças de segurança lideradas pela elite da Guarda Revolucionária (IRGC) agiram rapidamente para reprimir a agitação popular.