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    Diesel supera gasolina e sobe 10% em junho no país, mostra levantamento

    Alta ocorreu após um aumento de 14,26% nos preços do produto da Petrobras nas refinarias, em meio a um debate para redução de preços de combustíveis

    Ligeira alta no preço médio do país ocorreu apesar de uma redução do ICMS da gasolina em São Paulo
    Ligeira alta no preço médio do país ocorreu apesar de uma redução do ICMS da gasolina em São Paulo REUTERS/Adriano Machado

    Por Roberto Samora, da Reuters

    O preço médio do diesel nos postos brasileiros subiu cerca de 10% em junho na comparação com maio, após um reajuste da Petrobras, e ficou mais caro que a gasolina pela primeira vez em mais de uma década, de acordo com dados do levantamento do Índice de Preços Ticket Log (IPTL), divulgado nesta quinta-feira (30).

    A alta ocorreu após um aumento de 14,26% nos preços do produto da Petrobras nas refinarias, em meados do mês, e em meio a um debate para redução de preços de combustíveis por meio de corte em tributos.

    Nos postos, o preço do litro do diesel comum fechou junho com média de R$ 7,87, valor 9,8% mais alto se comparado a maio. Já o diesel S-10 foi comercializado a R$ 8 nos postos de abastecimento, com alta de 9,9%, segundo o indicador da Ticket Log, marca de gestão de frotas e soluções de mobilidade da Edenred Brasil.

    No primeiro semestre do ano, os dois combustíveis fecharam o período com altas de 36,4% e de 37,3%, respectivamente, segundo o indicador levantado com base nos abastecimentos realizados nos 21 mil postos credenciados da Ticket Log.

    Essa é a primeira vez em 12 anos de história do IPTL que o preço do diesel passa o da gasolina, que fechou a R$ 7,56 por litro, acrescentou a Ticket Log.

    “Desde o dia 17 de junho, data em que passou a valer o último reajuste no repasse às refinarias para o diesel, o valor do litro do combustível disparou nos postos de abastecimento do país”, disse o diretor-geral de Mainstream da Divisão de Frota e Mobilidade da Edenred Brasil, Douglas Pina, em nota.

    No comparativo com o levantamento do IPTL referente a primeira quinzena de junho, o diesel comum aumentou 6,1% e o S-10 ficou 6,3% mais caro nesses poucos dias, segundo o IPTL.

    No caso do diesel, parte dos estados já tem uma alíquota do ICMS abaixo de 17%, limite imposto por legislação recente que vem sendo questionada por entes federativos no Supremo Tribunal Federal. Uma análise mais clara do impacto do tributo para o valor do combustível pode ser vista nos próximos dias.

    Etanol e gasolina

    O preço médio do litro da gasolina fechou o mês de junho com média de 7,56 reais, alta de 0,23% ante maio, enquanto o etanol foi comercializado a 6 reais nas bombas de abastecimento, com recuo de 1,98% no preço.

    A ligeira alta no preço médio do país ocorreu apesar de uma redução do ICMS da gasolina em São Paulo, principal mercado consumidor, no final do mês.

    São Paulo reduziu a alíquota da gasolina de 25% para 18%, mantendo a taxa para o etanol hidratado.

    O corte do imposto estadual foi implantado após a sanção presidencial da lei que limita a cobrança sobre combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo.

    Para o etanol hidratado, biocombustível que concorre com a gasolina nas bombas, o governo paulista informou que manteve inalterada em 13,3% a alíquota de ICMS, o que reduz a vantagem de preço do etanol em relação ao combustível fóssil.

    Goiás também anunciou uma redução da alíquota de ICMS aplicada a combustíveis, energia e comunicação. Na gasolina, a alíquota passou de 30% para 17%; no etanol, de 25% para 17%, e no óleo diesel, de 16% para 14%.

    Ainda segundo a Ticket Log, no primeiro semestre do ano, a gasolina fechou com alta de 10% e o etanol ficou 4,2% mais caro para os motoristas brasileiros.

    “Após o último reajuste no repasse às refinarias para a gasolina, válido desde o dia de 17 de junho, o valor do litro do combustível chegou a custar R$ 7,68, como identificamos nos dados médios do dia 22. Ainda que pequeno, o IPTL também identificou que os últimos dias do mês sinalizam um eventual recuo no preço do combustível”, disse Pina.