Pré-candidatos a presidente falam sobre políticas para reduzir os homicídios
Levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que o número de homicídios no Brasil caiu em 2021, mas ainda está entre os mais altos do mundo
Dados divulgados nessa terça-feira (28) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que o Brasil registrou 47.503 homicídios em 2021 — o que equivale a 130 mortes por dia. Este é o patamar mais baixo desde 2011, quando a série histórica teve início.
De acordo com o fórum, porém, na comparação com índices de outros 102 países, reunidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil é o primeiro na quantidade absoluta de mortes. Além disso, está entre os dez países mais violentos do mundo.
O estudo do fórum mostra que os índices de homicídio caíram em todas as regiões do país, exceto no Norte, onde foram registrados 6.291 assassinatos no último ano.
Trinta cidades brasileiras têm taxas que superam 100 mortes por 100 mil habitantes, das quais 13 estão na Amazônia Legal.
A CNN perguntou aos pré-candidatos à Presidência da República o que eles pensam em fazer para reduzir os homicídios no país.
Confira abaixo as respostas:
Luiz Inácio Lula da Silva (PT):
O programa de governo da chapa Lula-Alckmin está em processo de construção coletiva na plataforma “Juntos pelo Brasil”. O número de mortes violentas no Brasil ainda é muito alto e tem crescido na Amazônia, devido ao descontrole do governo e redução da fiscalização de crimes ambientais e outras ilegalidades na região. Vamos trabalhar juntos com governadores e prefeitos para reduzir a violência para a população brasileira poder viver com mais paz e tranquilidade.
Jair Bolsonaro (PL):
O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.
Ciro Gomes (PDT):
O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.
André Janones (Avante):
O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.
Pablo Marçal (Pros):
A segurança pública é um dos problemas mais graves da nação e que afeta diretamente a qualidade de vida da população, juntamente com a saúde e a educação. Infelizmente é uma das áreas onde mais ouvimos promessas mirabolantes e que nunca solucionam o problema, ao contrário, vemos as taxas ligadas à criminalidade alcançarem níveis cada vez mais alarmantes.
A assustadora quantidade de homicídios no país, que supera conflitos armados como da Ucrânia e Síria, é apenas um dos índices que retratam nossa insegurança pública. Temos uma das piores taxas de solução de crimes no mundo, além de níveis assombrosos de crimes cibernéticos, sequestros, saídas de bancos, milícias, disputas de poder do crime organizado, além das recentes notícias sobre o novo cangaço.
Dentro das competências do governo federal, além de valorizar as carreiras da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, investindo em inteligência e tecnologia para o enfrentamento ao crime, precisamos de políticas públicas para integração dos órgãos e setores de inteligência de todas as polícias, federais e estaduais além de integrar a comunicação, já que nosso modelo de polícia contempla órgãos de polícia judiciária e de polícia administrativa e preventiva. Ter um Ministério de Segurança Pública forte para capitanear essa integração é outra frente importante para apontar os esforços de todos os entes federativos na mesma direção.
A resposta parece óbvia, com investimentos no aparelhamento das forças regulares, mas a verdade é que, pela força, só iremos combater o efeito e gerar uma distopia. Só mudaremos o atual quadro de insegurança pública atuando em frentes distintas, em especial, a causa principal do problema. Melhorar a condição econômica do país e garantir acesso à toda a população a um sistema de ensino de qualidade para reduzir a taxa de desemprego que hoje atinge alarmantes dois dígitos surtirá efeitos mais duradouros.
Simone Tebet (MDB):
A pré-candidata não respondeu até o momento da publicação.
Vera Lúcia (PSTU):
O alto número de homicídios em nosso país é um problema grave, reflexo de uma violência que só cresce a cada dia, em particular nos bairros pobres das grandes cidades. A violência urbana é um subproduto do desemprego, subemprego e da criminalização das drogas. Nós propomos inverter essa lógica.
Por um lado, defendemos o pleno emprego, o fim da precarização do trabalho e aumentos salariais, que, junto às oportunidades reais de educação e lazer, darão uma alternativa para a juventude.
Por outro lado, defendemos a descriminalização das drogas. Está comprovado que sua ilegalidade não reduz seu consumo. O exemplo da lei seca nos EUA é categórico: a proibição da venda do álcool não acabou ou diminuiu seu uso, só fortaleceu os grupos de mafiosos. O uso de drogas deve ser encarado como um problema de saúde pública, não de repressão policial. A descriminalização acabará com o comercio ilegal, com as gangues bilionárias, a corrupção policial por essas gangues.
Além disso, defendemos a desmilitarização e o fim das polícias atuais, que são irreformáveis, violentas e corruptas. Defendemos a criação de outra polícia, com seus comandantes eleitos pela população. Isso pode favorecer um controle por parte da população sobre as polícias.
Felipe d’Avila (Novo):
O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.
José Maria Eymael (DC):
Desenvolver um programa público e nacional de valorização da vida em confronto com a tragédia da violência.
Leonardo Pericles (UP):
O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.
Luciano Bivar (União Brasil):
Em nossa gestão pretendo criar forças-tarefa para integrar as equipes de segurança das esferas federal, estadual e municipal e assim combater com mais efetividade o crime organizado. Essa integração fará com que haja mais agilidade na troca de informações, principalmente nas áreas de fronteira e na região da Amazônia.
Nos modernos centros integrados de aplicação da lei que iremos criar, produziremos inteligência e planejaremos a melhoria da segurança pública para a população e o combate ao crime.
Na Amazônia, vamos criar bases integradas em pontos estratégicos. Desta maneira, serão otimizados os recursos tecnológicos atualmente disponíveis, porém subutilizados, tais como a emissão de alertas de desmatamento, a capacidade de realizar predições da atividade de mineração ilegal e a identificação de focos de queimadas.
O modelo atual de megaoperações militares com o deslocamento massivo de tropas é oneroso, além de efêmero, o que proporciona a abertura de janelas de oportunidade para o crime atuar, demonstrando ser um modelo pouco eficaz.
Sofia Manzano (PCB):
A pré-candidata não respondeu até o momento da publicação.
Debate
A CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.
Fotos – Os pré-candidatos à Presidência
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