Governo trabalha solução em “três frentes” para evitar nova tragédia no RS
Tendência é de que a alemã GIZ, que trabalha desde os anos 1960 junto ao Brasil neste tipo de iniciativa, seja parceira do governo
Enquanto ainda atende emergências no Rio Grande do Sul, o governo federal dá primeiros passos por uma “solução estrutural” para as regiões assoladas por enchentes há mais de um mês. A ideia é evitar que o episódio se repita, num contexto em que eventos extremos devem ser cada vez mais recorrentes.
A partir da Infra S.A, empresa do governo responsável pelo planejamento e estruturação de projetos em transportes, contratará os estudos para trabalhar a solução em “três frentes”. A tendência é de que a alemã GIZ, que trabalha desde os anos 1960 junto ao Brasil neste tipo de iniciativa, seja parceira.
A informação foi detalhada à CNN pelo secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro. Segundo o número 2 da pasta, a primeira “frente” analisará drenagem dos afluentes do Lago Guaíba, que nascem na serra, como os rios Jacuí (responsável por 84,6% de suas águas), dos Sinos (7,5%), Caí (5,2%) e Gravataí (2,7%).
Um segundo estudo buscará soluções para o esvaziamento ou retenção de líquidos do próprio Guaíba, em Porto Alegre e região metropolitana. Por fim, haverá uma frente voltado à Lagoa dos Patos (onde deságua o Guaíba), que analisará possibilidades de drenagem.
Confira abaixo uma ilustração das áreas mencionadas:
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Na foto, afluentes, como o Rio Jacuí, se conectam ao Lago Guaíba, maior porção de água representada. A Nordeste do Lago, é possível ver Porto Alegre. • Foto: Reprodução/Google Earth
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Ao afastar a lente, é possível visualizar a conexão entre o Lago Guaíba e a Lagoa dos Patos, que é a maior porção de água nesta representação • Foto: Reprodução/Google Earth
“Ninguém sabe ao certo o melhor caminho para se evitar que isso se repita. Vamos ter um diagnóstico mais preciso somente após estes três estudos, que ainda estamos modelando”, disse.
Como mostrou a CNN recentemente, o episódio no Rio Grande do Sul acendeu “sinal de alerta” dentro do governo para necessidade de incentivar a resiliência de infraestruturas Brasil afora. A avaliação, no entanto, é de que o orçamento é curto e exige fontes alternativas de recursos, como fundos estrangeiros.