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    Aprovação da Suprema Corte nos EUA cai após decisão sobre aborto, diz pesquisa

    Levantamento Reuters/Ipsos mostra que 57% da população é contrária ao tribunal e 43% é favorável

    Jason Langeda Reuters

    A maioria dos norte-americanos mantém uma opinião negativa da Suprema Corte dos Estados Unidos, após a decisão de anular a decisão Roe vs. Wade, que reconheceu o direito ao aborto, segundo uma pesquisa da Reuters/Ipsos concluída nesta terça-feira (28).

    O levantamento de opinião pública, realizado em dois dias, descobriu que 57% da população tinha uma visão desfavorável da Suprema Corte, enquanto 43% a viam de forma favorável. Isso coloca a aprovação do tribunal, que deve ser uma entidade apartidária, em pé de igualdade com as opiniões dos cidadãos sobre o Congresso, que há muito tempo são vistas negativamente.

    Também marca uma mudança significativa em relação a uma pesquisa Reuters/Ipsos de 6 a 7 de junho, que mostrou que 48% eram desfavoráveis e 52% favoráveis.

    Cerca de 27% dos entrevistados tinham uma visão muito desfavorável ao tribunal, acima dos 14% que tinham a mesma opinião no início do mês.

    A reversão foi quase inteiramente por causa de visões cada vez mais sombrias do tribunal entre os democratas, muitas vezes mais favoráveis ​​aos direitos ao aborto do que os republicanos. 60% dos democratas disseram ter uma visão menos favorável da Suprema Corte do que seis meses atrás, em comparação com 23% dos republicanos.

    A Suprema Corte, dominada pelos conservadores, revogou na sexta-feira (24) a decisão histórica Roe vs. Wade, de 1973, que reconhecia o direito constitucional das mulheres ao aborto. O parecer, saudado por ativistas conservadores como uma grande vitória, mudará drasticamente a vida de milhões de mulheres nos Estados Unidos.

    Em uma opinião concordante na sexta-feira, o juiz conservador Clarence Thomas, indicado pelo presidente republicano George H.W. Bush, sugeriu que o mesmo raciocínio que levou o tribunal a derrubar Roe poderia ser usado para repensar outros direitos, como casamento entre pessoas do mesmo sexo e acesso ao controle de natalidade.

    O presidente Joe Biden condenou a decisão. Parlamentares democratas esperam que o revés do direito ao aborto ajude a levar seus às urnas nas eleições de 8 de novembro, em que os republicanos têm boas chances de ganhar o controle de uma ou de ambas as câmaras do Congresso.

    Cerca de 55% dos americanos acreditam que o aborto deveria ser legal em todos ou na maioria dos casos, de acordo com uma pesquisa separada da Ipsos realizada na segunda e terça-feira.

    Ambas as pesquisas foram realizadas de forma virtual, em inglês em todo o país. Cada um reuniu respostas de 1.005 adultos e teve um intervalo de credibilidade –uma medida de precisão– de quatro pontos percentuais.

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