Brasil pode estar em ciclo de crescimento de 3% ao ano por 10 anos seguidos, diz Guedes
Ministro fala em Brasília nesta terça-feira, durante evento do setor de telecomunicações
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira (28) que o Brasil pode estar entrando em um ciclo de crescimento de 3% ao ano pela próxima década.
“O Brasil pode estar em um ciclo longo de crescimento de 3% ao ano por 10 anos seguidos”, disse em Brasília durante evento do setor de telecomunicações.
Segundo o ministro, o avanço previsto para o Brasil deve vir na contramão do que é esperado para o resto do mundo, onde as principais economias vivem cenário de inflação em alta e risco de recessão.
“Estamos chegando da clínica de reabilitação. Todo mundo arrumadinho e começando a entrar nos mercados globais (…) O desemprego no Brasil vai continuar descendo. O Brasil surpreendeu na reação à crise e vamos continuar surpreendendo”, diz.
Guedes ressaltou uma fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nesta semana, sobre a inflação no Brasil estar atingindo um pico, tendendo a cair a partir de agora, e disse que, neste ano, o crescimento da economia deve chegar perto de 2%.
“Verdade que os juros vão desacelerar a economia, mas não (vai haver) recessão. Em vez de crescer 3,5%, vai crescer 2%. A maior prova disso é que, mesmo com juros altos assim, o Brasil vai crescer 1,7%, perto de 2%.
“Na mesma hora que a arrecadação está subido, reduzimos e simplificamos impostos. Ao contrário do que fizemos nos últimos 40 anos”, diz.
Investimentos estrangeiros
Guedes diz ainda que o mundo tem mudado de postura em relação ao Brasil, num momento em que o país se mostra como uma fonte de “segurança energética e alimentar do mundo”. O que, segundo o ministro, será revertido em investimentos estrangeiros, dos quais parte já está contratada.
“Eu queria começar deixando uma mensagem de otimismo até pelos investimentos do setor. R$ 35,8 bilhões este ano e expectativa de R$ 40 bilhões para o próximo ano. Em 10 anos, são R$ 800 bilhões, que também já temos contratados para outros setores quando fizemos reformas: rodovias, ferrovias, concessões, privatizações, saneamento, portos, aeroportos, gás natural, petróleo, 5G”.
“Nunca tivemos esse fluxo de investimento privado. R$ 860 bilhões já contratados com R$ 160 bilhões já pagos em outorgas, R$ 1 trilhão em investimentos”.