Caso Marielle: Defesa de Chiquinho Brazão pedirá que STF desconsidere delação de Ronnie Lessa
Ao Supremo Tribunal Federal, advogados vão alegar falta de provas e conflito de informações de outros depoimentos
A defesa do deputado federal Chiquinho Brazão que o Supremo Tribunal Federal desconsidere a delação do ex-policial militar Ronnie Lessa, réu confesso por matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.
De acordo com os advogados de Brazão – apontado nas investigações como um dos mandantes do crime – “não há provas ou quaisquer elementos ” que sustentem os fatos narrados por Lessa à polícia.
O ex-policial militar confessou os assassinatos em depoimento veiculado no domingo (26) pelo programa Fantástico, da TV Globo. Além de Chiquinho Brazão, ele também apontou Domingos Brazão, ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro e irmão do deputado, como mandante do crime.
Segundo Lessa, como pagamento, os irmãos Brazão ofereceram um loteamento clandestino na Zona Oeste do Rio, avaliado em cerca de 100 milhões de reais.
Para os advogados de Chiquinho Brazão, a falta de provas fragiliza o encaminhamento de uma denúncia. Afirmam ainda que a delação de Lessa vai na contramão do depoimento de Élcio de Queiroz, autor da primeira colaboração acordada em troca de redução de pena. E que a linha de investigação da delação de Queiroz ainda não foi esgotada pelos investigadores.
Também ex-integrante da PM, Queiroz confessou aos investigadores que dirigiu o carro usado no atentado e acusou Lessa de ter feito os disparos. Ele ainda apontou o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, como um dos envolvidos.