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    Barroso diz ter preocupação da soberania da Amazônia ser perdida para o crime organizado

    Para o ministro do Supremo Tribunal Federal, as mortes do indigenista e do jornalista britânico refletem um cenário de medo para os povos indígenas da Amazônia

    Cleber Rodriguesda CNN* , no Rio de Janeiro

    O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, afirmou nesta quarta-feira (22), que está muito preocupado com a perda da soberania na Amazônia para o crime organizado.

    Durante um evento da Escola da Magistratura do Estado no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (22), sobre a liberdade de expressão e democracia na era digital, o ministro da Suprema Corte disse que recebeu lideranças indígenas da região nesta terça-feira (21) e que os relatos são de ataques contra a segurança desses povos na Amazônia.

    “Os relatos são muito tristes. De abandono do Estado, de desmonte da Funai, falta de apoio institucional e de como as quadrilhas internacionais estão tomando conta da região. Eu me preocupo muito que a soberania da Amazônia esteja sendo perdida não para outros países, que já seria muito ruim, mas para o crime organizado, é ainda pior”, afirmou, Barroso.

    Para o ministro, as mortes do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips refletem um cenário de medo para os povos indígenas da Amazônia.

    Investigações sobre as mortes de Dom e Bruno

    O Instituto de Criminalística da Polícia Federal (PF) em Brasília deve liberar até quinta-feira (23) os corpos do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips.

    Os peritos ainda finalizarão os exames de balística para determinar a distância que os disparos foram efetuados. Além dos exames periciais, os depoimentos dos suspeitos têm ajudado a polícia a esclarecer como se deu a dinâmica do crime.

    De acordo com fontes da PF, o terceiro suspeito preso, Jefferson Lima da Silva, relatou às autoridades que ele e o pescador Amarildo da Costa Oliveira foram responsáveis por atirar nas vítimas. Segundo ele, Pereira chegou a cumprimentar Amarildo minutos antes do assassinato. Pouco depois, o indigenista viu a lancha do suspeito e orientou o jornalista a fotografá-la – o que teria irritado pescador.

    A perícia já identificou que Bruno foi atingido por três disparos e Dom por um. Após a identificação dos corpos, a polícia localizou também a embarcação em que viajava a dupla e que foi afundada pelos assassinos. Na sexta-feira (17) e sábado (18), os investigadores confirmaram que os restos mortais encontrados na floresta eram de Dom e Bruno.

    *Com informações de Renata Souza, da CNN

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