Percepção de risco faz com que as pessoas procurem a vacinação, diz médica
Pediatra Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), alerta que as coberturas vacinais contra a doença estão abaixo do ideal
O Ministério da Saúde ampliou, nesta segunda-feira (20), a recomendação para a segunda dose de reforço contra a Covid-19 para pessoas com 40 anos de idade ou mais, que iniciaram o esquema vacinal com a Coronavac, Pfizer ou AstraZeneca. Quem iniciou o esquema vacinal com a dose única da Janssen também deverá complementar a proteção.
Em entrevista à CNN nesta terça-feira (21), a médica pediatra Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), alertou que as coberturas vacinais contra a doença ainda estão abaixo do ideal.
De acordo com o ministério, mais de 22 milhões de pessoas receberam apenas a primeira dose e estão com o ciclo vacinal incompleto. Em relação à primeira dose de reforço, mais de 62 milhões de brasileiros aptos a receber a vacina não retornaram aos postos de saúde.
“O que faz com que as pessoas procurem a vacinação é a percepção de risco. Hoje, no cenário que a gente tem de [entendimento] que a Covid acabou, não precisa usar máscaras, é difícil que as pessoas entendam e tenha um movimento de sair de casa para tomar vacina. O impacto é a desistência ou baixa adesão à vacinação”, disse.
Segundo a especialista, a definição pela inclusão de uma nova dose no esquema vacinal tem como objetivo recuperar o nível de proteção ideal contra a doença.
“Quando a gente inclui uma dose a mais significa que com o tempo essas pessoas perdem a sua proteção ideal. Não perdem 100%, mas perdem a proteção. Com isso, principalmente hoje com essa nova variante, a vacina protege contra ela mas não tanto quanto protegia para o SARS-CoV-2 original”, explica.
A médica destacou a importância da vacinação contra a doença para crianças de 5 a 11 anos de idade. “Infelizmente, a confiança da população foi destruída em relação a essa vacinação e a gente tem coberturas muito baixas”, afirmou.
Isabella avalia que, com a aprovação de imunizantes para crianças menores de cinco anos em países como os Estados Unidos, a tendência é que o público da campanha de vacinação seja ampliado gradualmente.
“Com a boa novidade de que a Pfizer e a Moderna foram autorizadas a partir de 6 meses, aguarda-se que esses fabricantes apresentem essa solicitação para a Anvisa, o que ainda não aconteceu, que eu saiba”, disse.
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