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    Compliance da Petrobras prepara ‘sinal amarelo’ sobre Caio Paes de Andrade

    Checagem de antecedentes e do currículo deve ficar pronta essa semana e é o próximo passo para o plano do governo federal alçar o Secretário de Desburocratização ao comando da estatal

    Caio Mário Paes de Andrade durante audiência pública para discutir a admissibilidade da PEC 32/2020, em 26 de abril de 2021.
    Caio Mário Paes de Andrade durante audiência pública para discutir a admissibilidade da PEC 32/2020, em 26 de abril de 2021. Michel Jesus/Câmara dos Deputados

    Pedro Duranda CNN no Rio de Janeiro

    A varredura de antecedentes e do currículo do indicado pelo Governo Federal para presidir a Petrobras, Caio Mario Paes de Andrade, deve ficar pronto até o final desta semana, segundo fontes do departamento de compliance da estatal.

    Todas as informações solicitadas pela Petrobras foram prestadas por Andrade e agora a equipe que cuida da checagem está debruçada no material, analisando os dados e preparando as conclusões.

    Segundo fontes do alto escalão da Petrobras, envolvidas no processo de checagem, a tendência é que o dossiê de integridade não seja conclusivo, sendo uma espécie de sinal amarelo. Ou seja, deve apontar alertas sobre uma eventual decisão de Caio Mario se tornar presidente da estatal, mas não deverá recomendar a recusa ou a aceitação do nome dele.

    Ao final da checagem,  o departamento de conformidade produzirá dois documentos, o Background Check de Integridade (BCI) e de Capacitação e Gestão (BCG). Eles serão entregues para o Comitê de Pessoas ou Elegibilidade, composto por cinco pessoas: três conselheiros e dois diretores. Esse grupo tem a missão de fazer  um parecer em cima dos dossiês e dar o aval – ou não – para que o candidato ocupar o cargo pretendido.

    Embora os documentos produzidos pela equipe de compliance sejam sigilosos, por conter muitos dados pessoas e sensíveis sobre os candidatos, a ata da reunião do Comitê é pública, precisa ser inclusive protocolada na Comissão de Valores Mobiliários.

    O relatório traz as recomendações para o candidato, o que inclui, eventualmente, abrir mão de participações em empresas, vender ações ou compartilhar informações sobre processos com o departamento jurídico da Petrobras.

    Se aprovado pelo Comitê, Caio Mario Paes de Andrade pode ser alçado ao Conselho de Administração. Basta que ele seja indicado e aprovado pela maioria dos integrantes do colegiado, atualmente, com 10 membros, após a renúncia de José Mauro Coelho, nesta segunda-feira (20).

    Os alertas da equipe de compliance se basearão nas lacunas de formação e experiência identificadas na carreira de Andrade e que o deixam aquém de CEOs de outras petrolíferas mundiais.

    Do ponto de vista da formação acadêmica, a não validação dos diplomas dele de Duke e Harvard pelo Ministério da Educação é vista como impeditivo já que ter pós-graduação é um dos requisitos para o cargo.

    Outra exigência é ter o mínimo de 60 meses em cargos de chefia superior e experiência/formação compatível com a função pretendida. A única incursão profissional de Andrade nesse sentido foi a participação de um ano e meio no conselho da PPSA, estatal brasileira que administra exploração de petróleo. Procurado pela CNN, Caio Mario Paes de Andrade não quis comentar o assunto.