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    Equipe de Paulo Guedes contesta falas de Haddad sobre herança econômica

    Texto que circula entre assessores do ex-ministro rebate falas do chefe da Fazenda na Câmara dos Deputados

    Caio JunqueiraVictor Irajáda CNN , São Paulo

    Antigos assessores do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, contestaram nesta quinta-feira (23) a declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que o déficit fiscal do governo Lula é responsabilidade do governo Bolsonaro, entre outras falas do atual chefe da equipe econômica ditas na véspera durante audiência pública na Câmara dos Deputados.

    O grupo organizou uma série de respostas técnicas às falas de Haddad, em especial a de que houve uma herança fiscal negativa da era Guedes.

    Para contestar a fala, aliados de Guedes afirmam que “a economia teve uma forte reversão dos resultados fiscais entre 2022 e 2023 e que o resultado nominal do setor público consolidado piorou em R$ 507,9 bilhões (4,3% do PIB); o resultado primário do setor público consolidado piorou RR 375,1 bilhões (3,5% do PIB); o ritmo diário de endividamento aumento de R$ 0,7 bilhão/dia para R$ 2,3 bilhão/dia”.

    Ainda segundo os textos preparados, o pagamento de precatórios de 2022, apontado por Haddad como uma das razões para o déficit fiscal de R$ 249 bilhões registrado no ano passado, foi de 92,3 bilhões — distante do rombo total consolidado.

    A leitura do grupo é de que o governo Lula 3 acabou com teto de gastos e que os precatórios estavam embaixo do teto. Dizem ainda que o governo Lula 3 sabe que quem estourou tudo foi a PEC de transição, que criou espaço fiscal de R$ 200 bilhões para o novo governo.

    “O resultado primário do setor público consolidado piorou R$ 375,1 bilhões (3,5% do PIB)”, continua o texto compartilhado. Ainda segundo a publicação, o ritmo diário de endividamento registrou um aumento de R$ 0,7 bilhão por dia para R$ 2,3 bilhão por dia. “Somente cerca de um terço deste valor se refere a 2022, no governo anterior, e o restante se refere aos exercícios de 2023 e 2024 (ou seja são passivos do governo atual)”, diz o texto.

    Ele segue: “Em síntese: não há como chegar no número falado de R$ 250 bilhões a 300 bilhões como sendo a medida do ‘problema fiscal herdado’”, afirma a publicação.

    As contas dos técnicos do antigo Ministério da Economia ainda apontam outras origens da suposta herança herdada por Fernando Haddad.

    “R$ 63 bilhões é estimativa de déficit do PLOA 2023 enviado em agosto de 2022. O resultado a ser realizado em 2023 seria, mantida a mesma governança fiscal do período entre 2019 e 2022, possivelmente bem melhor do que o apontado no PLOA 2023”, diz, em referência ao Projeto de Lei Orçamentária Anual.

    “Os R$ 60 bilhões do Bolsa Família se refere à promessa de campanha (dos dois principais candidatos na eleição presidencial) e não à política pública implementação pela gestão econômica”, afirma o texto.

    A CNN procurou o Ministério da Fazenda para se manifestar sobre os números citados e aguarda retorno.

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