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    Relembre polêmicas envolvendo produções de Francis Ford Coppola

    Dois de seus grandes sucessos renderam histórias que circulam na mídia há décadas

    Marina Toledoda CNN , em São Paulo

    Francis Ford Coppola, 85, acaba de estrear seu novo filme na 77ª edição do Festival de Cannes. Além da assinatura do renomado cineasta e grande elenco, “Megalopolis” chega acompanhado de algumas polêmicas, como a demora de décadas para realizar o título e o financiamento milionário do próprio diretor .

    No entanto, não é a primeira vez que uma produção do cineasta dá o que falar. As histórias do set de um de seus maiores sucessos, “Apocalypse Now” (1979), circulam nos bastidores e na imprensa há anos. Até mesmo a emblemática trilogia “O Poderoso Chefão” reúne algumas polêmicas.

    Relembre abaixo algumas polêmicas envolvendo os filmes de Francis Ford Coppola.

    • O Poderoso Chefão

    Antes mesmo de iniciar a produção, o filme baseado no best-seller de 1969 de Mario Puzo – que viria a se tornar uma das maiores produções da história do cinema – causou alvoroço. Cada etapa do processo – roteiro, elenco, financiamento – encontrou uma resistência gigantesca, inclusive da própria Máfia, que se mobilizou contra ao retrato negativo do livro da comunidade ítalo-americana.

    Assim, encontrar um diretor que topasse comandar a produção foi difícil. Sergio Leone, Elia Kazan, Peter Bogdanovich, Costa-Gravas e mais diretores já consolidados à época negaram. O diretor que havia acabado de sair da faculdade e tinha ascendência italiana, o que daria poderia ser um argumento para a escolha, assumiu o desafio.

    Já no início do desenvolvimento do filme, Coppola e a Paramount, estúdio responsável pelo longa, entraram em conflito por causa do orçamento, que era US$ 2,5 milhões. Em um dado momento, o custo diário chegou a US$ 40 mil, o que fez com que o estúdio colocasse uma pessoa no set para ficar de olho na produção.

    A escolha do elenco também gerou conflitos. O autor do livro queria Marlon Brando como Don Vito Corleone e os executivos do estúdio eram contra a escalação do ator conhecido por ter um temperamento explosivo. Enquanto isso, Coppola escalou diversos familiares para a trama, como sua irmã, Talia Shire, e filha, Sofia.

    Algumas escolhas de elementos no filme também chegaram a gerar repercussão, como uma cabeça de cavalo decepada que aparece em uma cena do filme.

    Uma série sobre os bastidores do filme, com foco no produtor Al Ruddy, foi lançada em 2022, intitulada “The Offer”.

    • Apocalypse Now

    Depois do sucesso de “O Poderoso Chefão”, Coppola decidiu financiar o filme sobre a Guerra do Vietnã, um ano depois do fim do conflito, que inicialmente estava previsto para ter direção de George Lucas, a mente por trás de “Star Wars”. O cineasta procurou o Exército dos Estados Unidos para cooperar com a produção e chegou a explorar locais militares em na Geórgia e na Flórida, mas a força militar norte-americana não estava interessada em participar. Ele chegou a pensar em rodar o filme na Austrália, mas acabou optando pelas Filipinas pelo acesso ao equipamento miltar americano lá e pela mão de obra barata.

    A ideia era filmar em quatro meses no país asiático, mas o tufão Olga atingiu a região e arruinou quase todos os cenários e equipamentos, forçando o encerramento da produção por oito semanas. Quando retornaram, Marlon Brando chegou nas Filipinas com um peso muito acima do previsto, fazendo com que o final descrito no roteiro não fosse possível realizar. Com isso, o desfecho da trama teve de ser reescrita durante as gravações. Coppola admitiu que ele foi escrito às pressas.

    Outra polêmica envolvendo Brando, que já era conhecido por seu temperamento difícil, foi sua relação com Dennis Hopper. Segundo relatos, o ator se recusou a estar no set ao mesmo tempo que o colega, que vivia um fotojornalista na trama.

    Ao longo da produção, os custos foram aumentando e o orçamento de “Apocalypse Now” subiu de US$ 14 milhões para US$ 25 milhões, tendo que pegar um empréstimo de mais de US$ 10 milhões com a United Artists. Na pós produção, os custos excedentes somaram US$ 18 milhões, em que parte teve que sair do bolso do próprio Coppola. A produção inicialmente prevista para durar quatro meses demorou ao todo 15 meses.

    Descrito pelo cineasta como “uma experiência de guerra sem precedentes e fazer com que reagissem tanto quanto aqueles que passaram pela guerra”, algumas cenas do filme geraram controvérsias, como a do ritual realizado por uma tribo local em que um búfalo é abatido. Apesar de ser uma produção americana sujeita às leis dos EUA contra a crueldade contra animais, as cenas filmadas nas Filipinas não foram supervisionadas.

    Antes da versão final, Coppola exibiu diversos cortes ao longo do ano, apresentando-o como um “trabalho em andamento”, inclusive no prestigiado Festival de Cannes.

    A esposa do diretor, Eleanor Coppola, lançou um documentário sobre a produção do filme, intitulado “O Apocalipse de um Cineasta”.

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