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    Clarissa Oliveira
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    Clarissa Oliveira

    Viveu seis anos em Brasília. Foi repórter, editora, colunista e diretora em grandes redações, como Folha, Estadão, iG, Band e Veja

    “Taxa das blusinhas”: Para o governo, retorno fiscal não compensa impopularidade

    Ao montar ofensiva contra taxação de compras até US$ 50, governo priorizou impacto na imagem do presidente Lula

    Ao montar a ofensiva que tentará barrar no Congresso a taxação de compras até US$ 50, o governo avaliou que o retorno fiscal da medida não compensaria o ônus de popularidade que ela traria ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmam líderes da base ouvidos pelo blog.

    Segundo essas fontes, o Planalto antevê uma disputa dura caso o assunto seja de fato levado à votação na Câmara, dada a forte pressão da indústria e a adesão de boa parte dos partidos à medida.

    O governo tentará conter a votação do “jabuti” inserido no projeto do programa Mover, que impõe a cobrança de impostos sobre esse tipo de compra.

    A proposta impacta diretamente em produtos comercializados por grandes varejistas chinesas como Shopee, Shein e AliExpress.

    Nesta quinta-feira, Lula levantou a possibilidade de vetar a emenda, caso ela seja aprovada. Mas a medida, como adiantou o blog na terça-feira, vem ganhando adesão na Câmara dos Deputados, com endosso inclusive do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).

    Lira alega que a taxação ajudaria a corrigir uma distorção na concorrência imposta à indústria nacional.

    O governo chegou a ensaiar no ano passado a taxação das compras até US$ 50 por iniciativa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que acabou desautorizado por Lula.

    O presidente, segundo interlocutores, segue irredutível em relação ao assunto. Nas palavras de um líder com trânsito livre no Planalto, Lula não quer e é assim que vai ser.