Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Mesmo com reajuste, preço de gasolina e diesel seguem defasados, calcula Abicom

    Mercado abrirá neste sábado com defasagem de 52 centavos no litro do diesel e 22 centavos no litro da gasolina

    Renata AgostiniPedro Duranda CNN

    O anúncio do novo reajuste dos combustíveis pela Petrobras, que enfureceu o presidente Jair Bolsonaro e a cúpula do Congresso, não foi suficiente para equiparar os preços praticados no Brasil aos do mercado internacional.

    Segundo cálculos da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a defasagem no caso do diesel ainda é, em média, de 9%. Já a gasolina segue defasada em 5% na média. A conta foi divulgada no início da noite desta sexta-feira (17), e considera os preços de referência no mercado internacional ao fim do dia.

    A entidade monitora diariamente os preços nos portos do país e no Golfo do México. Eles apontam que o mercado abrirá neste sábado (18) com uma defasagem residual de 52 centavos por litro no preço do diesel, o que corresponde a 9% do valor, e 22 centavos por litro no preço da gasolina, ou 5% do valor. Os aumentos de 14% (63 centavos) no valor do diesel e 5% (15 centavos) no preço da gasolina já passam a valer neste sábado.

    Para promover os aumentos, a Petrobras alegou que “o mercado global de energia está atualmente em situação desafiadora. Com a aceleração da recuperação econômica mundial a partir do segundo semestre de 2021 e, notadamente, com o início do conflito no Leste Europeu em fevereiro de 2022, tem-se observado menor oferta e maior demanda por energia, com aumento dos preços e maior volatilidade nas cotações internacionais de commodities energéticas, em especial, do óleo diesel”.

    Ainda que não a tenha eliminado, o reajuste feito pela Petrobras atenuou bastante a diferença frente ao mercado internacional. O cálculo anterior feito pela Abicom indicava que a defasagem média do diesel estava em 21% e da gasolina se mantinha em 13%. O cenário “inviabilizava” as operações de importação, de acordo com a associação.

    Segundo Sergio Araújo, presidente-executivo da Abicom, o cenário ainda é de incerteza e segue o risco de desabastecimento no futuro.

    “Na minha visão, o cenário não muda. Apesar de ter tido redução substancial na defasagem, a insegurança permanece. Basta ver a pressão que o governo federal, o presidente da Câmara e o ministro da Casa Civil estão fazendo em função da Petrobras ter anunciado o aumento. Isso mostra que a nova gestão não deverá acompanhar o preço internacional. E isso gera muita insegurança para a realização de importações. Permanece o risco de possível desabastecimento”, diz Araújo.

    Refinaria privada segue Petrobras

    A refinaria Landulpho Alves, na Bahia, única que teve o processo de privatização completo, decidiu seguir a Petrobras e também aumentou o preço. Os valores cobrados pelo óleo diesel comum e do tipo S10 a partir deste sábado subirão 36 centavos. O reajuste é menor do que os 63 centavos da Petrobras porque a Acelen, do grupo Mubadala – de Abu Dhabi -, tem feito reajustes semanais. O preço deles está inclusive maior do que a paridade internacional.

    Tópicos