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    Avião teve “queda dramática” e pessoas foram atiradas, relata passageiro de voo com morte

    Passageiro morreu de suspeita de ataque cardíaco e dezenas ficaram feridos depois que o voo encontrou o que a companhia aérea descreveu como uma turbulência extrema repentina

    Da Reuters

    Houve poucos avisos sobre o caos que estava por vir, já que os passageiros do voo SQ321 da Singapore Airlines estavam tranquilos com apenas três horas para chegar a Singapura, após um longo voo de Londres.

    Mas quando o Boeing 777-300R sobrevoou Mianmar, de repente atingiu uma turbulência extrema, atirando descontroladamente passageiros, comissários de bordo e refeições pela cabine.

    “De repente, a aeronave começou a se inclinar e houve tremores”, disse o estudante malaio Dzafran Azmir.

    O jovem de 28 anos se preparou e verificou se ele tinha colocado o cinto de segurança. Ele tinha. Muitos dos outros passageiros não o fizeram, disse ele.

    “Houve uma queda muito dramática, então todos os que estavam sentados e sem cinto de segurança foram lançados imediatamente no teto, algumas pessoas bateram a cabeça nas cabines de bagagem e as amassaram, atingiram os locais onde estão as luzes e as máscaras e passaram direto por elas.”

    Um passageiro morreu de suspeita de ataque cardíaco e dezenas ficaram feridos depois que o voo encontrou o que a companhia aérea descreveu como uma turbulência extrema repentina por volta de 10 horas de viagem.

    “Me lembro dos objetos voando, do aperto na minha cintura por causa do cinto de segurança, que obviamente me mantinha no lugar”, disse Andrew Davies, que tinha acabado de colocar o cinto depois que o sinal do cinto de segurança acendeu durante o que foi um voo “perfeitamente normal”.

    Houve gritos e uma senhora com um ferimento na cabeça sangrando, disse ele.

    O voo experimentou “uma rápida mudança na taxa vertical, consistente com um evento repentino de turbulência” às 04h49, horário de Brasília, disse o provedor de dados de voo FlightRadar24.

    O incidente durou alguns segundos, disseram dois passageiros à Reuters.

    “As pessoas caíram no chão, meu telefone voou da minha mão e foi para algumas fileiras do lado, com os sapatos das pessoas espalhados por todo lado”, disse Azmir.

    Máscaras de oxigênio penduradas no teto do avião, partes das quais caíram ou foram amassadas e quebradas.

    Detritos, incluindo salada de frutas, chaleiras e bandejas de refeições a bordo, estavam espalhados pela cabine, mostram imagens de testemunhas.

    O chão estava úmido de café, vinho e água derramados, lembrou Davies.

    A turbulência pode ter muitas causas. Relatórios meteorológicos mostram fortes tempestades na área. “Estava nublado lá fora, completamente branco”, disse Azmir.

    O piloto declarou emergência médica e desviou o avião para Bangkok, pousando cerca de uma hora depois, e foi recebido por um grande número de ambulâncias e equipes de emergência.

    “Todos os tripulantes de cabine que vi ficaram feridos”, disse Davies, expressando gratidão à equipe que continuou a ajudar os passageiros.

    A tripulação não estava sentada no momento, observou ele, pois servia bebidas e desempenhava outras funções.

    “A tripulação e as pessoas dentro dos banheiros foram as mais feridas. Houve muitos ferimentos na coluna e na cabeça”, disse Azmir.

    Davies disse que ajudou a colocar no chão um passageiro que os profissionais médicos do avião tentaram, sem sucesso, ressuscitar por cerca de 20 minutos.

    Equipes de emergência levantaram passageiros feridos sobre suas cabeças em macas pelos corredores estreitos, enquanto outros passageiros permaneceram sentados.

    Enquanto um passageiro se filmava caminhando em meio à carnificina para desembarcar, uma voz pode ser ouvida dizendo: “Ainda há pessoas no chão”.

    Barracas médicas foram montadas na pista para examinar os feridos; alguns amarrados a macas, outros em cadeiras de rodas.

    Passageiros e tripulantes que não estavam sendo tratados em hospitais tailandeses foram transportados para Singapura em outro voo na manhã de quarta-feira e foram recebidos na chegada pelo CEO da Singapore Airlines, Goh Choon Phong.

    “Eu estava muito consciente de cada solavanco naquele voo e tive certeza absoluta de que meu cinto de segurança estava bem apertado o tempo todo”, disse Davies.

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