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    Eleições 2022

    Pré-candidatos a presidente falam sobre o impacto da politização entre TSE e Forças Armadas

    Dez sugestões dos militares foram acolhidas pela Justiça Eleitoral para as eleições deste ano

    Gabriela GhiraldelliSalma Freuada CNN , em São Paulo

    A Comissão de Transparência das Eleições do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acolheu dez sugestões feitas pelas Forças Armadas e pelo ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, para as eleições deste ano. Seis foram acolhidas na íntegra e quatro parcialmente.

    Outras cinco recomendações serão analisadas somente nas próximas eleições gerais. Uma proposta foi rejeitada.

    A decisão do TSE foi tomada em meio a uma tensão entre o órgão e as Forças Armadas.

    Na sexta-feira (10), o ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira, encaminhou um documento ao presidente do TSE, Edson Fachin, em que disse que “não nos interessa concluir a eleição sob a sombra da desconfiança”.

    Na segunda-feira (13), Fachin disse que reforça a necessidade de diálogo entre as instituições e comentou os atos de fiscalização e auditoria do sistema eletrônico de votação.

    A CNN perguntou aos pré-candidatos à Presidência da República o que eles pensam sobre o impacto da politização entre TSE e Forças Armadas em meio às sugestões dos militares para as eleições.

    Confira abaixo as respostas:

    Luiz Inácio Lula da Silva (PT):

    O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.

    Jair Bolsonaro (PL):

    O presidente não respondeu ao questionamento da CNN até o momento da publicação. Mas, em 12 de maio, durante sua live semanal nas redes sociais, declarou:

    “Eu não sei de onde ele [Fachin] está tirando esse fantasma de que as Forças Armadas querem interferir na Justiça Eleitoral. Não existe interferência, ninguém quer impor nada, ninguém quer atacar as urnas, atacar a Democracia, nada disso. Ninguém está incorrendo em atos antidemocráticos. Pelo amor de Deus! A transparência das eleições, eleições limpas, transparente, é questão de segurança nacional.”

    Ciro Gomes (PDT):

    O pré-candidato não respondeu ao questionamento da CNN até o momento da publicação. Mas, em 13 de junho, em entrevista ao podcast “O Assunto”, do portal G1, declarou:

    “Não é razoável envolver militar no processo eleitoral. Erro grave do ministro Barroso, erro do ministro da Defesa […]. De boa fé, ele cometeu um dos erros graves neste momento, convidar o Exército para entrar no processo eleitoral.”

    André Janones (Avante):

    O pré-candidato não respondeu até o momento da publicação.

    Simone Tebet (MDB): 

    A pré-candidata não respondeu até o momento da publicação.

    Pablo Marçal (Pros):

    Nossas Forças Armadas sempre gozaram de muita confiança e prestígio por parte da população brasileira. Foi nesse sentido que o lema “Braço forte, mão amiga”, foi criado.

    Veja que até essa confiança começa a ser minada, corroída pela polarização entre radicais de direita e esquerda. O povo não quer essa divisão, essa oposição entre instituições. Acredito que as forças armadas têm total condição de agregar tecnicamente ao processo de votação por ter pessoal altamente capacitado e, principalmente, por ter o Brasil e a nação como norte, e não o partidarismo barato de uns contra os outros. Se eles poderiam agregar algo ao processo, a polarização põe em dúvida ambos os lados, descredencia todas as instituições e alimenta ainda mais a radicalização.

    Tenho dito que essa disputa pelo papel de “malvado favorito” entre Lula e Bolsonaro se assemelha muito ao desenho clássico do “Tom e Jerry”. Um é o Jerry, se apropriando da casa e da geladeira para atender suas conveniências e interesses escusos. O outro é o Tom, destruindo a casa para caçar o rato como se nada mais importasse, esquecendo que a casa é o lar onde mora a família brasileira. Parece que eles se odeiam, mas a trama só faz sentido com os dois, por isso eles se alimentam para ter o próximo capítulo.

    Os nossos tribunais superiores já haviam sido atingidos por essa violência entre eles, parece que agora estão conseguindo destruir a imagem de uma das instituições mais respeitadas da nação: as Forças Armadas. Há uma destruição orquestrada de todas as instituições do país, para criar e validar a sanha de ambos como salvadores da pátria. Precisamos agir rápido antes que a destruição atinja os espectadores – o povo – e não sobre mais nada além de um ringue de luta para nossos filhos crescerem e brincarem.

    Felipe d’Avila (Novo):

    Sou favorável ao aumento da transparência e da segurança de todo o processo eleitoral. Todo o país se beneficia de eleições limpas e a confiança no sistema é importante para a legitimidade de todo o processo. Dito isso, tenho plena confiança nas urnas eletrônicas e no nosso sistema eleitoral e precisamos acabar com essa tese irresponsável de que as eleições foram ou serão fraudadas.

    José Maria Eymael (DC):

    Sou um pacificador! Proponho sempre a substituição do confronto pelo diálogo. Este conceito, na minha visão, deve nortear o relacionamento entre o TSE e as Forças Armadas.

    Leonardo Pericles (UP):

    Achamos uma grave ameaça à democracia, o Exército interferir no processo político eleitoral sob o pretexto de fiscalização das urnas. Temos a certeza de que os militares querem é gerar desconfiança no processo eleitoral, para ameaçar os votos populares e as liberdades democráticas.

    A urna eletrônica foi instalada no Brasil desde 1996. De lá para cá, ocorreram 13 pleitos, sendo 6 deles para o cargo máximo do país, a presidência da República. Em todo esse período, as Forças Armadas não apresentaram dúvidas, suspeitas ou questionamento sobre o resultado apurado eletronicamente.

    Por que somente agora, quando todos os institutos de pesquisa apontam para uma fragorosa derrota do atual mandatário, Jair Bolsonaro, o ministro da Defesa, general Paulo Sergio Nogueira, vem afirmar oficialmente que a eleição se realiza ‘sob a sombra da desconfiança?

    É importante observar que esses generais há tempos não defendem a democracia, ficaram no poder de 1964 até 1985 de maneira ditatorial, promovendo assassinatos, torturas, estupros, sequestro de crianças e chacinas nas periferias. Então, definitivamente, não tem moral alguma para policiar as urnas eleitorais. Os inúmeros questionamentos que fazem o ministro da Defesa e os generais ao TSE, mais parece com uma baioneta apontada para a democracia.

    O que precisa ser combatido e proibido pela Justiça Eleitoral é a vergonhosa compra de votos que ocorre impunemente no Brasil, o fundo eleitoral de quase R$ 5 bilhões destinados aos partidos burgueses, usados para aliciar os eleitores, a distribuição injusta da propaganda eleitoral gratuita que exclui a UP e os partidos verdadeiramente de esquerda e a proliferação de fake news nas redes sociais, com robôs pagos a peso de ouro para disseminar a mentira entre os internautas.

    Lembremos também que não é de hoje que existem os sinais golpistas. Lembremos que o governo brasileiro de Bolsonaro e dos generais, promoveram um cerco ao congresso com uma bando de milicianos, desfilaram com tanques em frente ao congresso nacional ano passado, tentaram um golpe no 7 de setembro ainda em 2021 e agora atacam as urnas eletrônicas fazendo questionamentos incabíveis para essa instituição militar.

    Em nossa opinião o que fazem é se alçar de maneira ilegal a ser o quarto poder, quando na verdade deveriam estar defendendo as nossas fronteiras e o patrimônio público nacional e não interferindo na política. São muitos os fatos que indicam uma articulação para um golpe militar.

    Por tudo isso, chamamos o conjunto da classe trabalhadora e os verdadeiros democratas a ocupar as ruas e defender o voto popular e as liberdades democráticas. Somente com o povo na rua vamos derrotar as ameaças golpistas, infelizmente as instituições não tem tido capacidade de enfrentar essa situação, como demonstra a conciliação apresentada pelo TSE aos generais dando a eles poderes para para policiar urnas. Temos que contrapor tudo isso com a democracia popular nas ruas e mobilizações.

    Luciano Bivar (União Brasil):

    A politização da relação entre o TSE e as Forças Armadas é um desserviço ao país. O papel e as atribuições dessas duas honrosas instituições brasileiras são claramente definidos na Constituição Federal.

    O sistema eleitoral do nosso país é confiável, seguro e respeitado. Nunca se encontrou nada que prove o contrário, por mais que se tente.

    O TSE, por livre e espontânea vontade, abriu a oportunidade para que as Forças Armadas apresentassem sugestões para o aperfeiçoamento do sistema eleitoral e acolheu a maioria das propostas. Então, não há sentido em se falar em conflito.

    Também não faz sentido ter duas contagens paralelas. É estapafúrdio.

    Sofia Manzano (PCB):

    A pré-candidata não respondeu até o momento da publicação.

    Vera Lúcia (PSTU):

    A pré-candidata não respondeu até o momento da publicação.

    Fotos – Os pré-candidatos a presidente nas eleições de 2022

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