Bolsonaro ataca Alexandre de Moraes e se compara à ex-presidente da Bolívia
Presidente critica decisões contrárias ao deputado Daniel Silveira e o inquérito das fake news
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a fazer críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), neste sábado (11).
Em Orlando, nos Estados Unidos, ele criticou decisões de Moraes contrárias ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) e a condução do inquérito das fake news. Chegou a questionar se o ministro é psicopata e comparou a própria situação com a da ex-presidente da Bolívia Jeanine Áñez, condenada nesta semana a dez anos de prisão.
“O Alexandre Moraes prendeu um deputado [Daniel Silveira] por oito meses por falar besteira. O deputado tem uma arma no artigo 53 da Constituição, que diz que os deputados e os demais senadores são invioláveis civil e penalmente”, afirmou Bolsonaro.
“Eu dei o indulto pessoal a esse parlamentar. E esse cara [Alexandre de Moraes] continua perseguindo o parlamentar, multando ele, agora bloqueando o salário da esposa dele, que é advogada e que defende ele. Isso não é democracia, é censura. Isso nunca ocorreu no Brasil”, prosseguiu.
Ao criticar o inquérito das fake news, no qual é investigado, o presidente voltou a citar Moraes. “O Alexandre de Moraes faz um inquérito onde não tem a participação do Ministério Público e me investiga. Me investiga por fake news. Poxa, eu não quero baixar o nível da entrevista, né. O que esse cara tem na cabeça? O que que ele está ganhando com isso? Quais são os seus interesses ? Ele tá ligado a quem? Ou é um psicopata?”, questionou.
Na sequência, comparou a própria situação com a da ex-presidente boliviana. Jeanine Áñez assumiu o poder em 2019 quando Evo Morales foi derrubado.
“O que aconteceu um ano atrás? Ela [Jeanine Áñez] foi presa preventivamente. E agora foi confirmado, né? Dez anos de cadeia pra ela. Qual a acusação? Atos antidemocráticos. Alguém faz alguma correlação com o Alexandre Moraes?”, comentou Bolsonaro.
Áñez foi condenada por tomar “decisões contrárias à Constituição” e por “abuso do dever”.
A CNN procurou o ministro Alexandre de Moraes e aguarda retorno.