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    Guedes diz à CNN que não defendeu tabelamento de preços e que compará-lo a Sarney é descabido

    Ministro da Economia disse que defendeu algo "completamente diferente" aos representantes do varejo

    Renata Agostinida CNN

    O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou à CNN que nunca defendeu congelamento de preços e que interpretar sua fala aos supermercadistas desta forma é um “absurdo” e “coisa de gente que apoiou o Plano Cruzado e está traumatizado até hoje”.

    “É descabido me comparar com Sarney. Isso é coisa de gente que apoiou o Plano Cruzado, que foi uma excrescência, e está traumatizado até hoje. Estão ressuscitando e tentando exorcizar até hoje seus próprios fantasmas”, disse Guedes à CNN nesta sexta-feira (10).

    Segundo Guedes, ele defendeu algo “completamente diferente” aos representantes do varejo. Ele rebateu críticas de que a sugestão feita aos empresários tenha caráter eleitoreiro e disse que sua fala expressou somente uma preocupação do governo de que a redução de tributos não se perca ao longo da cadeia e possa chegar, de fato, ao consumidor final.

    “O que eu disse foi: a redução de impostos dá fôlego aos fornecedores dos supermercados para que eles absorvam o aumento de custos sem repassar nas gôndolas”, disse o ministro.

    “Quando você tira a cunha fiscal, você pode absorver uma parte do aumento de custos sem repassar para o consumidor. Você abre um espaço para amortecer o aumento de custos. Essa é a preocupação [de que a atuação do governo baixando impostos não se perca nesse momento]. E é algo voluntário, não tem tabelamento”, afirmou.

    “O custo pode subir [sem aparecer no preço final], porque a redução do imposto deu espaço para ele manter a margem que ele tinha antes. Dei uma aula de economia [e vieram com essa comparação]. Não tem nada eleitoreiro. Estão julgando as pessoas pelo próprio padrão deles”, completou Guedes.

    Ao falar com a CNN, Guedes deu o exemplo de um produto cujo preço era de R$ 110, com R$ 10 em impostos. “Se o custo passou de R$ 90 para R$ 92, R$ 94, R$ 95… ele não precisa subir o preço na gôndola, porque eu tirei os impostos. Enquanto os custos não subirem dos R$ 90 e superar os R$ 100, ele não precisa mudar o preço final”, exemplificou.

    “Nunca defendi congelamento de preços. Temos o preço que está na gôndola. E eu estou tirando impostos. Agora, o produtor e o fornecedor têm espaço para manter a mesma margem e não repassar ao consumidor”, enfatizou.

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