Encontro com Biden tem “efeito simbólico” e interessa mais a Bolsonaro, diz professora
À CNN Rádio, Fernanda Magnotta afirmou que há pontos de convergência e de divergência entre os mandatários do Brasil e dos Estados Unidos
A reunião bilateral entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve trazer “efeito simbólico” e “sinaliza o interesse do Brasil em ter uma relação de estado, não entre governos e pessoas”. Esta é a avaliação da coordenadora de curso de Relações Internacionais da Faap, Fernanda Magnotta.
O encontro deve acontecer na Cúpula das Américas, em Los Angeles, que começa nesta segunda-feira (6).
Em entrevista à CNN Rádio, ela afirmou que o presidente deve “tentar capitalizar politicamente até para rejeitar a ideia de que o Brasil é um pária internacional.”
“Até por isso, a reunião é mais importante para Bolsonaro do que para Biden. Os Estados Unidos não têm agenda prioritária aqui”, completou.
Magnotta explicou que há pautas de convergência entre Brasil e EUA, como comércio e investimento, além de interesses que “empurram para uma agenda mais pragmática”, além de uma visão crítica semelhante sobre a China, o que gera uma ponte.
Ao mesmo tempo, há divergências, como a discussão sobre democracia e eleições, o tema do meio ambiente e a relação com a Rússia.
Para a professora, “o balanço do encontro deve ser positivo, com tom diplomático, orientado pelo pragmatismo, mas sem resultado expressivo, já que o Brasil está em ano eleitoral e os EUA devem esperar o resultado para qualquer posicionamento mais contundente.”
Fernanda Magnotta ainda acredita que a Cúpula das Américas deve se encerrar com um comunicado amplo, com temas como reforço da democracia, investimentos em infraestrutura, energia e saúde e compromisso com os Direitos Humanos.
Mas, tudo isso, “sem definições específicas, compromissos ou responsabilidades de longo prazo”.