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    Cobertura vacinal na campanha contra a gripe é “vergonhosa”, diz especialista

    Em entrevista à CNN, a vice-presidente da SBIm, Isabella Ballalai falou sobre as campanhas de vacinação da gripe e da Covid-19

    Ludmila CandalLuana Franzãoda CNN , Em São Paulo

    Em entrevista à CNN, a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai comentou o aumento de casos da Covid-19 no Brasil nas últimas semanas e a circulação de vírus respiratórios nos meses de outono e inverno.

    De acordo com a especialista, o descaso com medidas de prevenção contra a Covid-19 e a gripe, como a vacinação e o uso de máscaras, pode acarretar em uma sobrecarga do sistema de saúde. “É vergonhosa nossa cobertura vacinal durante essa campanha de vacinação contra a gripe. Fica claro que a população não está mais preocupada com nada disso. Nem com a influenza, nem com a Covid-19. E as duas juntas, significa sim um aumento e uma sobrecarga da saúde pública”, afirmou.

    Os números de vacinação contra a gripe em algumas capitais no país preocupam médicos. No Rio de Janeiro, por exemplo, a campanha de vacinação contra a gripe teve a adesão de apenas 37% nos grupos prioritários.

    Cidades do Brasil estão registrando aumento dos casos de Covid-19. Em São Paulo, a positividade de testes realizados aumentou em 163% durante o mês de maio, segundo o instituto Todos pela Saúde.

    Segundo Ballalai, o momento anterior era propício para a flexibilização de medidas de prevenção, mas há um novo cenário epidemiológico. “Cenário (de flexibilização) era bem favorável, mas a gente sabia que outra onda poderia vir, e ela está se apresentando”, explicou.

    De acordo com a médica, a forma adequada de flexibilizar as medidas como o uso de máscara, seria alertando para a possibilidade de que um recuo seria possível, caso a pandemia voltasse a se intensificar.

    “A gente tem que levar a informação de que podemos voltar atrás se tiver um novo cenário epidemiológico. E hoje, está muito difícil convencer as pessoas de que realmente precisamos colocar a máscara”.

    “A pandemia não acabou, e hoje a gente tem uma variante de uma variante (Ômicron). Agora com a ABA4 e a ABA5, elas ainda são bastante novas e prometem um novo surto”, declarou.