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    PF pede que Guedes seja incluído como investigado em inquérito que mira Renan

    A apuração mira supostas fraudes no fundo de pensão dos Correios, o Postalis, entre 2010 e 2016

    Gabriela CoelhoGabriel Hirabahasida CNN Em Brasília

    A Polícia Federal (PF) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a inclusão do ministro da Economia, Paulo Guedes, como investigado em processo que investiga o senador Renan Calheiros (MDB-AL) por suposto envolvimento em esquema de corrupção no fundo de pensão Postalis, dos funcionários dos Correios.

    A apuração mira supostas fraudes no fundo de pensão dos Correios, o Postalis, entre 2010 e 2016. Em 12 de maio, Guedes pediu ao Supremo a dispensa de depor. A investigação foi aberta em 2017 e é relatada pelo ministro Luís Roberto Barroso.

    A Polícia também pediu autorização para solicitação de Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs), no período de janeiro de 2010 a 2016, das pessoas jurídicas ligadas a Paulo Guedes.

    Segundo a PF, Guedes foi citado na oitiva de Márcio André Mendes Costa, ex-sócio do grupo Galileo Educacional. A PF narra que Costa teria dito que a “BR Educacional recebeu um vultoso aporte de recurso do fundo de pensão dos funcionários dos Correios e, por isso, procurou Paulo Guedes tendo sido orientado a buscar recursos com a Postalis”.

    “Assim como a Polícia Federal esclareceu ao causídico no dia 03/05/2022, digo a Vossa Excelência que, o Ministro Paulo Guedes foi implicado, por Márcio André Mendes Costa, em oitiva, cujo termo vai anexo, um dos nacionais aos quais a Subprocuradora da República requereu a intimação, como envolvido, e o senhor determinou que esta Polícia Federal procedesse à diligência como é sabido. Márcio, em apertada síntese, citou que a BR Educacional recebeu um vultoso aporte de recurso do fundo de pensão dos funcionários dos Correios e, por isso, procurou Paulo Guedes tendo sido orientado a buscar recursos com a Postalis”, afirma a PF no documento encaminhado ao STF.

    A PF afirma ainda que o relato de Costa condiz com manchetes jornalísticas e levantam suspeitas a respeito de ganhos de um fundo criado por Guedes.

    “A implicação de Márcio vai de encontro a manchetes jornalísticas daquela época e que levantam suspeitas sobre os excessivos ganhos do fundo criado por Paulo Guedes que extraordinariamente alavancou recursos milionários. Fatos que poderão ser esclarecidos com a oitiva, cruzamento de dados e os Relatórios de Inteligência Financeira das empresas de Paulo Guedes à época”, completou.

    Em 31 de maio, o ministro Luís Roberto Barroso cancelou o depoimento do ministro da Economia. Segundo o ministro, em hipóteses como a do processo, devem ser ajustados de forma prévia o local, dia e hora para a inquirição. A defesa do ministro da Economia havia solicitado a dispensa sob o argumento de que ele não tem nenhuma relação com o objeto da investigação e que não foi mencionado nos autos ou indicado como testemunha pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

    O cancelamento se deu na mesma semana em que o procurador-geral da República, Augusto Aras, expôs em um aplicativo de mensagens, sem querer, uma conversa sobre a dispensa do ministro da Economia no depoimento. As mensagens foram apagadas em seguida.

    O que diz Paulo Guedes

    A defesa do ministro Paulo Guedes afirmou que “o delegado finalmente deixou claro que o único objetivo dessa oitiva era expor o Ministro da Economia”.

    Os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, que representam Guedes, disseram que, quando compareceram à Polícia Federal, tiveram o acesso aos autos negado pela autoridade policial.

    “Em razão disso, os advogados peticionaram, para quem de fato e de direito preside o inquérito, ou seja, Ministro Luís Roberto Barroso, requerendo o cancelamento da oitiva ou a justificativa para a intimação, nesse caso, dando-se acesso aos autos”, afirmaram.

    Os advogados afirmaram que “restou ao delegado trazer a discussão para a imprensa”.

    “A dúvida continua: por que o delegado quis envolver um ministro de estado em uma investigação que não guarda qualquer relação com essa autoridade, manipulando a verdade dos fatos na tentativa de induzir em erro um Ministro do STF, presidente do inquérito em questão?”, questionou.