Fiocruz aguarda aval da OMS para iniciar exportação de vacinas contra Covid-19
Fundação pediu aprovação da entidade para poder vender imunizantes para países das Américas, da Europa e da África
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) pretende iniciar o mais breve possível a exportação de vacinas nacionais contra Covid-19. A informação foi confirmada à CNN pelo diretor da unidade de Bio-Manguinhos, Mauricio Zuma.
A comercialização do imunizante para o exterior, no entanto, depende da Organização Mundial de Saúde (OMS). Com o certificado, é possível firmar contrato com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Unicef para fornecer as vacinas contra Covid-19 a países das Américas, da Europa e da África.
Neste último, menos de 10% dos países atingiram a meta de vacinação contra o coronavírus – cinco dos 54 países do continente, segundo a OMS.
De acordo com Zuma, a Fiocruz já enviou um pedido de qualificação para ambas as entidades de saúde e aguarda uma aprovação. Segundo o diretor da Fiocruz, o próximo passo será uma inspeção dos membros da OMS aos laboratórios da instituição para atestar a qualidade da produção dos imunizantes nacionais.
“Caso haja demanda externa, nós estamos prontos para exportar, nós dependemos apenas da autorização das entidades. Já fizemos a requisição e estamos esperando, gostaríamos que a liberação acontecesse o mais rápido possível. Podemos comercializar para grande parte dos continentes, com o nosso produto que é o mais barato do mercado”, explicou Zuma.
O diretor da Bio-Manguinhos destacou também à CNN que a Fiocruz está “com a produção de imunizantes totalmente organizada” e, desta forma, “pronta para aumentar ou diminuir a fabricação de acordo com a demanda do mercado”.
Atualmente, a Fiocruz tem capacidade de produzir, por ano, 180 milhões de doses de vacina contra Covid-19. Em 2022, 105 milhões serão destinadas ao Ministério da Saúde – o que possibilita a exportação de até 75 milhões de doses do imunizante ainda neste ano.
Caso a exportação dos imunizantes contra a Covid-19 de fato aconteça, a Fiocruz aumentará a oferta de tipo de vacinas vendidas para outros países. Atualmente antídotos contra a Febre Amarela e Meningite meningocócica são ofertadas pela entidade. E, somente em 2021, foram comercializados 7,43 milhões de doses dessas vacinas para o exterior.
Em nota à CNN, a OMS confirmou o processo de pré-qualificação da Fiocruz. O comunicado da Organização diz ainda que o processo tornará a instituição brasileira “elegível para eventualmente ser fornecedora de vacinas” para a Opas e a Unicef.